A coleção de momentos que fez do City mais forte que o United nos últimos anos em Manchester

O ano de 2008 parecia impróspero para os torcedores do City. Enquanto o United conquistou o título da Premier League no último jogo da temporada, o City perdeu por 8 a 1 para o Middlesbrough. Semanas depois, o United venceu a final da Liga dos Campeões em Moscou, enquanto o futuro do City estava em dúvida, depois que o presidente Thaksin Shinawatra foi a julgamento por acusações de fraude na Tailândia.

Mas o Sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e membro da família governante de Abu Dhabi, apareceu como a salvação da equipe. Mansour estava planejando comprar um clube da Premier League e analisou três outras opções antes de chegar no City, pagando a Shinawatra 210 milhões de libras por 90% das ações do clube. Em questão de dias, o City passou de motivo de chacota e clube à beira do colapso para o clube mais rico do mundo.

No mesmo dia em que a aquisição foi anunciada, o City contratou o atacante Robinho do Real Madrid.

Robinho pode ter sido uma contratação chamativa e uma declaração clara de intenções dos novos proprietários do City, mas não foi nada parecido com a jogada audaciosa que o clube fez ao contratar Carlos Tevez e esfregar sua riqueza na cara do Manchester United.

O United nunca foi dono de Tevez, mas, durante um empréstimo de dois anos do West Ham, ele se tornou uma de suas estrelas em suas duas vitórias na Premier League e na disputa por duas finais da Liga dos Campeões. Ferguson, no entanto, estava relutante em contratar Tevez permanentemente por seus direitos econômicos pertencerem a terceiros e as suas exigências salariais serem maiores.

O City, agora apoiado pelo Sheik Mansour e Abu Dhabi, não teve tais receios e, assim que contrataram Tevez, colaram o rosto dele sobre um outdoor azul com as palavras “Bem-vindo ao Manchester”. Tevez marcou um gol em média a cada dois jogos pelo City e foi o artilheiro das duas temporadas seguintes, levando o time à Liga dos Campeões pela primeira vez em 2011 e à Copa da Inglaterra, seu primeiro troféu em 35 anos.

O United não perdia um clássico da liga há quatro temporadas antes do encontro com o City em outubro de 2011, e entrou nesta partida invicto na temporada. Então, eles estavam totalmente despreparados para o que aconteceria nos surpreendentes 90 minutos em Old Trafford.

O City teve um início forte, com Mario Balotelli dando a liderança do placar. Na comemoração, o gol do atacante ficou marcado quando o italiano tirou a camisa com a frase 'Por que sempre eu?'. O jogo ainda estava sob controle do ponto de vista do United até que Jonny Evans foi expulso no início do segundo tempo.

Balotelli aumentou a vantagem aos 15 minutos e Sergio Aguero marcou o terceiro. Darren Fletcher marcou do outro lado para fazer o 3 a 1 e dar esperança ao United, mas ao tentar voltar ao jogo, a equipe de Ferguson ficou perigosamente exposta e o City aproveitou ao máximo, marcando três gols nos últimos quatro minutos. Foi a maior vitória do City sobre o United desde 1926 e a pior derrota dos Red Devils na era da Premier League.

Mas, além de ser um sinal da iminente mudança de poder na cidade, o resultado teve enormes ramificações na corrida pelo título, já que o City conquistou seu primeiro título da Premier League pelo saldo de gols.

É o momento definitivo na história da Premier League. O City estava prestes a perder o título ao perder por 2 a 1 para o Queens Park Rangers, com 10 jogadores, nos acréscimos, enquanto o United garantiu uma vitória por 1 a 0 sobre o Sunderland.

O United pensou que tinha conquistado o título, mas o gol de cabeça de Edin Dzeko criou um final emocionante no Etihad Stadium, e Sergio Aguero conquistou a vitória e o título da Premier League ao City, gerando o comentário mais memorável de Martin Tyler: "O Manchester City ainda está vivo aqui. .. Balotelli..... Agueroooo! Eu juro que você nunca mais verá nada assim. Então observe, aproveite."

O gol de Aguero foi o início da era de domínio do City, o primeiro de sete títulos no espaço de 12 temporadas.

Após a aposentadoria de Ferguson em 2013, o Manchester United teve dificuldades em manter seu desempenho de alto nível. O clube não conseguiu mais conquistar a Premier League e teve um desempenho decepcionante na Liga dos Campeões, perdendo a qualificação em várias ocasiões e chegando apenas às quartas de final duas vezes. Além disso, houve instabilidade na gestão do clube, com seis diretores em um curto período. Enquanto isso, o rival City manteve uma liderança mais estável. O período pós-Ferguson foi marcado por desafios e um declínio notável no status do Manchester United no futebol europeu.

Quando Sheik Mansour adquiriu o Manchester City, ficou chocado com a qualidade das instalações de treinamento do clube, o que levou a melhorias imediatas, como a reforma da academia e do centro médico. No entanto, a solução definitiva foi a construção da City Football Academy (CFA) em 2014, ao custo de 200 milhões de libras. As vendas de jovens talentos, como Cole Palmer e Jadon Sancho, ajudaram a cobrir esse investimento, e a CFA se destacou na formação de jogadores notáveis, como Phil Foden, além de promover talentos como Rico Lewis e Oscar Bobb para a equipe principal.

A CFA não apenas produz talentos jovens, mas também fornece instalações de treinamento de primeira linha para a equipe principal, em contraste com o campo de treinamento do Manchester United em Carrington, que permaneceu praticamente inalterado desde 2009, conforme observado por Cristiano Ronaldo. Essa diferença destaca a ênfase do Manchester City na modernização e no desenvolvimento contínuo de seu clube.

O Manchester United experimentou as habilidades de Pep Guardiola como treinador, enfrentando derrotas em finais da Liga dos Campeões contra o Barcelona. Apesar de uma tentativa de Ferguson de trazê-lo como sucessor, David Moyes foi o escolhido, resultando em uma gestão desafiadora.

Enquanto isso, o Manchester City estava decidido a contratar Guardiola desde 2012, recrutando antigos colegas do Barcelona para liderar o projeto. Mesmo quando Guardiola optou pelo Bayern de Munique, o City esperou por ele. O clube buscou replicar o modelo bem-sucedido do Barcelona, o que rendeu 15 troféus em sete anos.

Em contraste, o Manchester United seguiu uma abordagem inconsistente na contratação de treinadores, levando a uma falta de continuidade e coesão em relação à filosofia de jogo. Isso destacou a diferença marcante entre os destinos dos dois clubes rivais.

Na segunda temporada de Pep Guardiola como treinador do Manchester City, o clube estabeleceu um recorde na Premier League de 2017/18, conquistando o título com um total de 100 pontos. Isso ofuscou o desempenho do Manchester United, comandado por José Mourinho. O estilo de jogo ofensivo do City contrastou com a abordagem defensiva do United sob o comando de Mourinho. Após uma vitória convincente no clássico, os torcedores do City provocaram seus rivais cantando "estacione o ônibus, Manchester United". Isso evidenciou a superioridade do Manchester City sobre o Manchester United na época e intensificou a rivalidade entre os dois clubes.

O City teve vitórias muito maiores sobre o United do que a vitória por 2 a 0 em Old Trafford, em novembro de 2021, mas a natureza do desempenho fez com que parecesse uma derrota e demonstrou a diferença de classe entre os dois vizinhos.

A equipe de Guardiola teve 67% de posse de bola, fez 832 passes para 400 do United e 16 chutes contra cinco do United. Esta foi uma tortura lenta e significou o fim de Ole Gunnar Solskjaer, provando ser o último jogo do norueguês no campeonato em Old Trafford.

O Manchester United estava ciente do potencial de Erling Haaland bem antes de ele se tornar um dos melhores atacantes do mundo, já que ele havia trabalhado com Ole Gunnar Solskjaer no Molde. Solskjaer informou ao clube sobre o jovem talento antes de assumir como treinador. O United tentou contratá-lo anteriormente, mas quando Haaland estava disponível no mercado de transferências no verão de 2022, o clube já não estava na disputa. A batalha pela assinatura de Haaland se resumiu ao Manchester City e ao Real Madrid.

O que tornou a transferência de Haaland para o City notável foi que o clube conseguiu lucrar com a venda de jogadores como Gabriel Jesus, Oleksandr Zinchenko e Raheem Sterling durante o verão. Enquanto isso, o Manchester United gastou 210 milhões de libras na mesma janela de transferências, trazendo jogadores como Antony, Casemiro e Lisandro Martinez.

Haaland provou ser uma aquisição valiosa para o City, justificando sua alta taxa de transferência e salários ao marcar 51 gols em 52 jogos durante sua temporada de estreia e contribuir para a conquista de três importantes troféus (Copa da Inglaterra, Premier League e Champions League).

Na última década, os torcedores do Manchester United encontraram algum consolo na falta de sucesso do seu rival, o Manchester City, na Liga dos Campeões, e na histórica conquista da tríplice coroa pelos Red Devils em 1999. No entanto, isso mudou na temporada passada em Istambul, quando o City venceu a Inter de Milão na Liga dos Campeões, completando uma impressionante temporada que incluiu a conquista da Premier League e da Copa da Inglaterra. Para agravar a situação, o City derrotou o United na final da Copa da Inglaterra em Wembley. Agora, os torcedores do Manchester United não tinham mais argumentos para reivindicar o título de principal time de sua cidade.

A evidência de que o Manchester City está superando o Manchester United em campo ficou clara quando a Uefa escolheu o Etihad Stadium em vez de Old Trafford como um dos estádios anfitriões da Euro 2028 no Reino Unido e na Irlanda. Old Trafford já sediou muitos jogos, incluindo a Euro 96 e o Campeonato Europeu Feminino de 2022, mas sua posição perdeu força devido à falta de investimento e problemas com vazamentos no teto.

O futuro de Old Trafford permanece incerto devido a questões de propriedade do clube, enquanto o City demonstrou seu compromisso com o sucesso, aprovando uma expansão do Etihad Stadium, que aumentará sua capacidade para 62 mil lugares até 2026. Isso é mais um sinal da mudança de poder em Manchester, com o City superando o United não apenas em campo, mas também em infraestrutura e ambição.

Neste domingo, o Manchester United enfrentou o Manchester City em um clássico que se tornará memorável pelos piores motivos ao time de Old Trafford. O time sofreu uma derrota por 3 a 0 em casa. A imprensa local não poupou críticas ao elenco dos Red Devils, emitindo notas severas para cada jogador em campo.

O jogador brasileiro Antony atraiu atenção ao receber apenas um "amarelado" do Manchester Evening News, por um incidente em que deu um pontapé sem bola em Doku, que resultou em um cartão amarelo. No entanto, as críticas mais pesadas foram dirigidas ao experiente Evans, com a publicação questionando não apenas sua atuação, mas também a decisão do treinador Ten Hag de escalá-lo na equipe titular. Foi uma tarde desastrosa para o Manchester United.

“Foi duvidosamente escolhido por Erik ten Hag em vez de Raphael Varane sem justificativa. O jogador de 35 anos foi nocauteado várias vezes. Dormindo para o terceiro gol. Nota 2”, escreveram.