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Chapéu duplo do Chelsea deixa Liverpool em situação embaraçosa já no começo da temporada

Logo depois do apito final no Stamford Bridge, domingo (13), o técnico do Liverpool Jürgen Klopp foi perguntado sobre o fato do rival daquele dia, Chelsea, ainda esperar acertar com reforços antes do fim desta janela de transferências. "É o que todo técnico do Chelsea quer", disse o alemão, durante a coletiva pós-jogo. "E normalmente eles conseguem o que querem".

A clara política 'gastona' do Chelsea do último ano incomodou, obviamente. As mais de 1 bilhão de libras (valores acima da casa dos R$ 6,35 bi) investidas em apenas três janelas desencadeiam natural inveja entre os rivais, ainda mais se tratando de uma era de Fair Play Financeiro.

As colocações amargas de Klopp para com os Blues são, portanto, completamente compreensível - ainda mais depois de perder dois grandes alvos em poucos dias, Moisés Caicedo e Romeo Lavia.

Agora, Klopp, porém, possui problemas maiores para resolver.

  • Jurgen Klopp Liverpool 2022-23Getty Images

    Uma bagunça "constrangedora"

    No final das contas, não há motivo para se envergonhar por não conseguir igualar uma proposta do Chelsea. É difícil bater um clube que não só oferece valores astronômicos por possíveis reforços - mas também oferece contratos incrivelmente longos e gordos aos possíveis novos contratados. Qualquer empresário te diria isso (longe das câmeras, pelo menos): o salário é normalmente fator determinante para qualquer acordo ser firmado.

    Contudo, o Chelsea pode até ter complicado o Liverpool nas tentativas de resolver seus problemas no meio-campo, mas com certeza não são os responsáveis por eles estarem lá. De fato, Jamie Carragher e Alan Shearer estavam certos ao taxarem os recentes dias nos bastidores dos Reds como "constrangedores" - pois se trata, realmente, de uma bagunça por eles mesmos criada.

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  • Alexis Mac Allister LiverpoolGetty

    Um começo brilhante

    O que é bem chocante, na verdade, já que o Liverpool iniciou a janela acertando as chegadas de Alexis Mac Allister e Dominik Szoboszlai no final de junho.

    A qualidade desses reforços - e a velocidade com a qual os acordos foram fechados, renovou a fé dos torcedores na estratégia de contratações em Anfield depois de errarem na ideia de esperar até 2023 para assinar com Jude Bellingham - prioridade do time para o futuro -, que fechou com o Real Madrid por menos do que o time ofereceu ao Brighton por Caicedo.

    Assim, quando Fabinho e Jordan Henderson foram liberados para fazerem as malas rumo à Arábia Saudita, presumia-se que o Liverpool já tinha algo encaminhado com um substituto de alto nível.

  • Moises Caicedo Chelsea 2023-24Getty

    Mudança de rota inesperada

    Lavia era a primeira opção dos Reds, que não acreditavam que o belga custava as 50 milhões de libras (aperoximadamente, R$ 317,2 mi) que o Southampton pedia para sua liberação - o que é justo, dado o fato de ser um atleta de apenas 19 anos e que vinha de apenas sua primeira boa temporada na Premier League.

    Foi aí, contudo, que o Chelsea entrou na jogada. E o Liverpool respondeu se acertando com o Brighton por Caicedo, por 110 milhões de libras (quase R$ 700 mi) - o que era tão impressionante quanto intrigante. O equatoriano é melhor e possui mais experiência que Lavia - mas foi muito supervalorizado. Vale lembrar, Sandro Tonali, italiano que ajudou o Milan a chegar às semis da última temporada da Liga dos Campeões, fechou com o Newcastle por quase metade deste valor.

    Então, se o Liverpool tinha descartado Caicedo e Lavia por conta dos valores, a torcida poderiam, mais uma vez, reclamar da grande parcimônia e demasiada prudência da diretoria. Mas, ainda assim, não criticariam a abordagem do clube na janela.

    Agora, contudo, os Reds vêm sendo ridicularizados como se tivessem mais dinheiro do que bom senso - o que é impressionante, dado o histórico recente do clube sendo considerado um mestre no mercado de transferências.

  • Romeo Lavia 2023-24Getty

    Correram o risco

    Certamente, o Liverpool não estava disposto a se curvar aos pedidos do Southampton - mesmo depois de perder Caicedo - e pagar mais de 50 milhões de libras em Lavia. Quando o fizeram, ficou claro o pânico nos bastidores do clube, o que não vai muito bem com a ideia de encontrar um bom novo número 5. Agora, qualquer vendedor saberia do desespero do Liverpool - e o quanto estavam dispostos a pagar por um meia.

    Como no poker, após mostrarem a mão na proposta por Caicedo, os Reds correram o risco de ficarem sem nada - e a torcida, agora, tem o direito de saber o porquê. De fato, o mero fato de ainda estarem procurando respostas para os problemas no meio-campo no meio de agosto gera várias perguntas desconfortáveis. A principal delas: de quem é a culpa por estarem nesta posição?

  • Juergen Klopp, Manager of LiverpoolGetty Images

    Klopp contribuiu para a instauração do caos?

    O trabalho de Jorg Schmadtke vem sendo amplamente criticado, dado que o novo comandante dos Reds só acertou uma contratação desde que substituiu Julian Ward, em junho - e, mesmo assim, sequer precisou de muitas manobras de negociação, dado que trazer Szoboszlai dependeu unicamente de ativar a cláusula de rescisão do seu contrato com o RB Leipzig. Entretanto, a decisão de nomear Schmadtke agora também é questionada, bem como a parcela de culpa de Klopp, seu compatriota.

    Não importa o que aconteça nas próximas duas semanas, é imperativo que Klopp conceda explicações da atual situação em Anfield, pelo menos a fim de evitar que dedos lhe sejam apontados. Já há quem acredite que o desejo por maior voz nas discussões por reforços nos bastidores tenha contribuído para os atuais problemas no Liverpool.

  • John Henry 2022Getty

    A frustração da torcida atinge seu ápice

    Por enquanto, claro, o foco será em contratar pelo menos um novo volante. Mac Allister é um meia muito talentoso e que teve bons momentos contra o Chelsea, no domingo - a partida, ainda, deixou claro que o quarteto de zaga precisa de mais proteção -, mas que não tem como característica fazer a função de primeiro volante. É necessário um substituto à altura de Fabinho para que o Liverpool almeje terminar entre os quatro primeiros nesta temporada da Premier League - nem preciso dizer quanto ao título.

    Mas um reforço também faria muito bem à frustração dos torcedores, que, hoje, parece estar muito próxima do seu ápice - de novo. Klopp claramente não fica muito feliz com isso, no entanto, tanto que, depois do jogo contra os Blues, chegou a fazer algumas piadas nesse sentido. Mas, no momento, a grande piada no futebol mundial tem sido o Liverpool e suas trapalhadas no mercado. Isso significa que ainda há muito trabalho a ser feito para que o clube recupere seu status anterior de bem gerido.

    John Henry estava no Stamford Bridge neste fim de semana. Ele certamente percebeu que há necessidade de uma atenção especial agora que Caicedo não vem, então a bola está do seu lado da quadra. O desafio é trazer alguém que contribua com o time antes de 31 de agosto.

    Até porque Klopp sabe o que quer - e o que precisa. A questão, no entanto, é se ele, enfim, terá o que procura.