Foram dias excelentes para o futebol português, porque não foi só o Benfica que se classificou como primeiro do grupo. O Porto também fez sua parte ao bater o Atlético de Madrid.
Consequentemente, falou-se muito da força relativa da Primeira Liga e da La Liga, a última das quais terá apenas um representante nas oitavas de final pela primeira vez desde 1998/99.
A eliminação do Barcelona dominou com razão as manchetes na semana passada, devido à farra de gastos no verão, mas pelo menos tropeçou na Liga Europa.
O Atlético não conseguiu nem isso, com a equipe de Diego Simeone terminando no último lugar de um grupo que, além do Porto, também tinha Club Brugge e Bayer Leverkusen.
Alguns podem achar que perder a Liga Europa é uma bênção, mas é um torneio que tem sido muito, muito bom para o Atleti. De fato, as implicações financeiras de não ter jogos eliminatórios na competição continental são sombrias. O Atlético pode muito bem ser forçado a vender um jogador de primeira linha.
Simeone provavelmente ficaria feliz em deixar João Félix sair nesta fase. Como o bem mais valioso do clube, sua venda pelo menos levantaria alguns fundos para uma reconstrução. Mas eles não receberão nada parecido com o que pagaram por ele, o que significa que será difícil financiar a reforma que o time de Simeone precisa tão desesperadamente.
É difícil saber para onde o Atleti vai daqui. A tentativa de adotar uma abordagem mais ambiciosa, em campo e no mercado de transferências, não valeu a pena e, sem dúvida, resultou em Simeone se tornando ainda mais teimoso do ponto de vista tático.
O preocupante, no entanto, é que o Atleti não é mais muito bom no que antes era conhecido: defender. Já que sofreu nove gols na fase de grupos deste ano – mais do que em qualquer época anterior sob o comando de Simeone.
O argentino fez maravilhas durante seus 11 anos no comando, mas há um medo crescente de que Atleti e Simeone, um dos grandes casos de amor do jogo, não sejam mais adequados um para o outro...