Vale lembrar, no entanto, que o PSG ainda queria que Messi assinasse um novo contrato, embora, principalmente, por razões comerciais e de marketing. Nesse sentido, sua recusa acabou sendo um grande favor ao clube.
Além de abrir caminho para uma mudança favorável à família em direção a Miami, que também lhe permitiu reunir antigos companheiros de Barcelona, a saída de Messi viabilizou uma transformação crucial na política de transferências do Parc des Princes. Essa reestruturação foi ainda mais impulsionada com a transferência de Kylian Mbappé para o Real Madrid no ano seguinte.
Se ambos os jogadores não tivessem sido retirados da folha salarial, o diretor esportivo Luis Campos dificilmente teria condições de investir tão pesadamente em jovens talentos de elite, o que ajudou o PSG a, enfim, se aproximar do sonho da conquista da Champions League.
Como declarou o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, após a impressionante goleada por 5 a 0 sobre a Inter de Milão, em Munique, no mês passado: o PSG demorou, mas aprendeu com seus erros. E contratar Messi foi, sem dúvida, um dele, assim como foi um erro grosseiro de julgamento da parte do argentino aceitar se mudar para Paris.
Seu coração, claramente, nunca esteve verdadeiramente ali. O resultado foi um caso típico da era moderna, motivado por dinheiro e talvez melhor simbolizado pelo episódio em que Messi, contratado por um clube do Catar, acabou se aliando comercialmente à Arábia Saudita, algo que marcou o fim definitivo de seu vínculo com o PSG.
É revelador, no entanto, que Al-Khelaifi tenha agradecido a Messi por sua contribuição no longo e árduo caminho rumo à glória europeia. Porque, no fim das contas, não há ressentimentos reais entre as partes antes do reencontro deste domingo.
Pode até ter sido a pior união da história do futebol, mas a separação acabou sendo, indiscutivelmente, benéfica para ambos os lados.