Carlo Ancelotti “desafia” Neymar, que precisa vencer seu maior adversário para voltar à seleção brasileira a tempo da Copa do Mundo

Ou seja, Neymar não está fora da seleção apenas por motivos físicos, apesar de ter entrado em campo pelo Santos no último domingo (31), contra o Fluminense, pelo Brasileirão. Mas está fora também porque seu preparo físico não está à altura das exigências de Ancelotti e sua comissão técnica.

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Peço desculpas pelo uso do bê-a-bá, mas jogador profissional de elite precisa estar bem em diversas valências para ser convocado: a parte física ajuda no desempenho, que lhe ajuda a ter boas atuações, que o coloca no radar da seleção e cria todo este círculo virtuoso. Até com Neymar funciona assim, não nos esqueçamos.

Só que desde a eliminação do Brasil para a Croácia, nas quartas de final da Copa de 2022, Neymar vive imerso – afogado! – em um círculo vicioso de lesões que o impedem de conseguir jogar, de forma constante, bola no mais alto nível. Sendo mais rigoroso, que o impedem até mesmo de jogar futebol de forma constante.

Depois da eliminação no Qatar, Neymar disputou apenas 40 jogos profissionais no período de mil dias. Somando o final de sua passagem pelo PSG (9 jogos), suas últimas quatro participações pela seleção (a última delas em outubro de 2023), a passagem relâmpago pelo Al Hilal (7 jogos) e as 20 partidas que fez pelo Santos neste seu retorno à Vila Belmiro, o craque entrou em campo quase que uma vez por mês, apenas, nos últimos três anos.

Qual foi o último GRANDE jogo de Neymar? Você lembra? Talvez a resposta esteja, justamente, naquela derrota para os croatas, em dezembro de 2022. Enquanto isso, jogadores como Matheus Pereira (que não foi convocado) estão semanalmente jogando mais bola e sendo mais decisivos do que o camisa 10 mais famoso do Brasil.

“A verdade é que a seleção tem muita concorrência. Muitíssima. Mais ou menos 70 jogadores que podem estar na Copa do Mundo”, relembrou Ancelotti também nesta mesma entrevista coletiva.

Agora, por que Neymar tem jogado tão pouco? Todos sabemos a resposta: as lesões. A discussão dos motivos que levam o atleta a se lesionar tantas vezes, provavelmente mais do que qualquer outro grande astro do futebol nos últimos anos, nem vai entrar no mérito aqui. O que é certo é que as lesões têm sido o maior adversário de Neymar nos últimos anos – e talvez em toda sua carreira, se lembrarmos de 2014 e da série de problemas físicos que ele teve durante sua passagem pelo PSG.

Quando anunciou sua mais recente lista de convocados, Carlo Ancelotti não escondeu sua cartilha: “Um critério muito importante para a comissão é o aspecto físico. O jogador que joga na seleção tem que estar 100% na condição física. Isso é um critério muito importante para nós”, disse. Não foi um desafio direto a Neymar, mas dentro de todo o contexto o desafio ao maior craque de sua geração está lançado.

Qual foi a última vez que Neymar esteve 100% fisicamente, pronto para dar largada a uma boa sequência de bons jogos? O camisa 10 do Santos precisa driblar os problemas físicos, seus maiores adversários, para provar seu valor a tempo de conseguir jogar a próxima Copa do Mundo. Estando em forma, ele pode ser até indispensável. No entanto, hoje, do jeito que tem estado, o termo dispensável soa pesado... mas real.