A briga entre policiamento e torcida da Argentina que atrasou duelo contra Brasil no Maracanã

Ainda durante a execução dos hinos nacionais, houve uma confusão entre torcedores brasileiros e argentinos por conta de vaias ao hino da Argentina por parte da torcida brasileira, segundo a reportagem da TV Globo. Foi preciso o Batalhão Especial de Polícia do Rio de Janeiro se dirigir ao setor onde a confusão acontecia.

Houve muita briga também entre os policiais e argentinos, com diversos feridos nas arquibancadas. Nas imagens, foi possível ver assentos arrancados e arremessados, com a polícia reagindo com violência.

Os jogadores de ambos os times perceberam o problema e tentaram intervir, pedindo calma aos torcedores, liderados por Marquinhos e Lionel Messi, capitães de cada time. Para fugir da confusão, os torcedores argentinos foram empurrados para o lado esquerdo e causaram empurrões com outra parte da torcida brasileira, que ficou esmagada, onde havia crianças e famílias.

Após a ação policial, a partida foi iniciada com 27 minutos de atraso. Em um primeiro momento, a seleção argentina pediu, pelo menos, 15 minutos para os ânimos se acalmarem no estádio para retornar ao gramado e iniciar o jogo. A partida foi iniciada após a confirmação da Polícia Militar, mas muitos torcedores deixaram o estádio com a confusão.

A imprensa argentina noticiou que o atacante Lionel Messi havia dito que "não teria jogo" sob as circunstâncias de pancadaria antes dos jogadores argentinos deixarem o campo rumo aos vestiários, nas arquibancadas do estádio.

Segundo o repórter Eric Faria, oito torcedores foram presos durante a confusão, enquanto outros dois foram atendidos no setor médico do Maracanã.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro disse que a decisão de não dividir a torcida foi da organização do jogo: "A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que na noite desta terça-feira (21/11), policiais militares do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE) atuaram em uma confusão entre torcedores, durante a realização da partida entre Brasil e Argentina válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo, no Estádio do Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao todo, oito pessoas foram conduzidas ao Juizado Especial Criminal. De acordo com o comando da unidade, a confusão teve início durante a execução do hino nacional da equipe visitante."

"Cabe ressaltar que, não havia divisão entre torcidas nos setores do Estádio do Maracanã, por conta da venda de ingressos sem diferença entre as torcidas, o que foi definido pela organização do evento. Os agentes do BEPE atuam nos casos em que a situação não é prontamente controlada pela equipe de segurança particular, de acordo com protocolos estabelecidos pela organização da competição", disse a nota.

Conforme a apuração de Pedro Henrique Torre e Pedro Ivo Almeida, da ESPN, a administração do Maracanã e a CBF entendem que jogo de seleção não se divide torcida. E, segundo as organizações, utilizaram o protocolo da Fifa para realizar a partida.

Os primeiros 45 minutos da partida foram marcados por diversas paradas com faltas do que com bola em jogo (22 no total, sendo 16 do Brasil) e só uma finalização do Brasil no gol. O Brasil recebeu três cartões amarelos no primeiro tempo. Apesar da intensidade, a seleção de Fernando Diniz não conseguiu incomodar a Argentina.

No segundo tempo, o Brasil iniciou com um forte ritmo, mas não foi suficiente para abrir o marcador com uma finalização de Raphinha. Aos 18 minutos, a Argentina abriu o placar com gol de Otamendi e venceu o duelo. A seleção ainda teve Joeligton expulso por conta de uma agressão.

Infelizmente, confusões extracampo não são novidade para Brasil x Argentina no Brasil. Inclusive, é a segunda vez consecutiva.

Em 5 de setembro de 2021, no contexto da pandemia de Covid-19, profissionais da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) entraram no gramado da Neo Química Arena, em São Paulo, e interromperam a partida pelo descumprimento de protocolos e regras de isolamento contra o novo coronavírus por parte de quatro atletas argentinos - Emiliano Martínez, Emiliano Buendía, Giovanni Lo Celso e Cristian Romero.

Em comum acordo, ficou acertando entre as federações que, por falta de datas, a partida terminaria cancelada, com Brasil e Argentina terminando as Eliminatórias com um jogo a menos. CBF e AFA também acabariam multadas.