Uma das piores coisas do futebol moderno é ver o protagonismo de um debate específico: a pergunta sobre quem será o próximo Bola de Ouro, o melhor jogador do mundo daquela campanha. É uma coisa que roubou, em boa parte, os holofotes que verdadeiramente importam – os times e os campeonatos. A obsessão geral, que atinge clubes e jogadores e imprensa e torcedores, é apenas mais um recorte claro destes tempos em que o culto pelo individual se sobrepõe às conquistas em conjunto.
Não deixa de ser irônico, portanto, que a escolha de Rodri como Bola de Ouro de 2024 seja tão absurda. O meio-campista é o metrônomo do Manchester City treinado por Pep Guardiola, e da seleção espanhola que há poucos meses conquistou a Eurocopa. Rodri é um craque, foi importantíssimo em títulos recentes de seu clube e seu país. Mas dentro do período que conta para a Bola de Ouro, provavelmente não tenha sido o melhor nem de seu time e nem de sua seleção.
Vamos direto ao ponto: Vinícius Júnior não ser o Bola de Ouro de 2024 é um dos maiores absurdos da história da premiação entregue pela France Football – e levanta questões que vão muito além das quatro linhas. Se você acompanha minimamente futebol, já deve saber a esta altura que o camisa 7 do Real Madrid foi o grande protagonista de seu time nas conquistas da Champions League e Campeonato Espanhol da temporada 2023/24. Vini não fez uma boa Copa América pelo Brasil, mas a Espanha campeã da Euro levantou a taça dividindo protagonismo: Rodri foi ótimo, claro, mas o jovem Lamine Yamal provavelmente foi o maior destaque, assim como Dani Olmo.
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