Quando Guardiola assumiu o time principal do Barcelona, tomou uma decisão que mudaria a história do clube e do futebol: pediu à diretoria que dispensasse Ronaldinho, o principal jogador da equipe, e deu a camisa 10 a Lionel Messi. E com a total confiança do treinador, o argentino deixou de ser um jogador com potencial para ser o melhor do mundo para se tornar efetivamente o melhor do mundo: em meados de 2009, de fato, ele ganhou sua primeira Bola de Ouro.
Aquele Lionel, que tinha pouco mais de 20 anos, era pura explosão. Durante a maior parte da temporada 2008/09, ele começou como ala pela direita para fazer a diagonal para o centro depois de deixar todos os adversários em seu caminho, embora Pep também tenha começado a testá-lo como falso nove, posição que ele adotaria definitivamente no meio da temporada 2009/10 e na qual atingiria seu auge alguns anos depois, quando marcou 91 gols em 2012.
15 anos depois, Messi não é mais o mesmo tipo de jogador de futebol, mas uma coisa continua a mesma: Lionel está prestes a receber a oitava Bola de Ouro de sua carreira. E se a primeira foi pelo que ele fez no clube, esta será quase que exclusivamente pelo que ele mostrou nos últimos tempos com a camisa da seleção nacional, o lugar onde ele tem sido feliz desde que deixou o Barça.
Messi não tem mais a velocidade que tinha sob Guardiola, mas é um jogador muito mais completo. Sem ter perdido um pingo de habilidade, o desequilíbrio que ele costumava conseguir por meio de sua capacidade física, agora ele consegue por meio de sua inteligência e de sua capacidade de enganar. Antes, todos sabiam o que Lionel ia fazer quando recebia a bola e ninguém conseguia detê-lo. Agora, ninguém sabe para onde ele vai.
Em termos de posição, entretanto, seu papel na Argentina é muito mais livre do que no passado. Quase como um meio-campista, uma posição que se diz extinta, mas que o argentino carrega em suas veias como herdeiro dos melhores camisas 10 da história do futebol.