Após gol sobre o Fluminense, Abel Ferreira critica exageros e defende Vitor Roque: “Vão dizer que é o Pelé”

O Palmeiras venceu o Fluminense no Maracanã por 2 a 1 nesta quarta-feira (23). O gol da virada alviverde foi marcado por Vitor Roque, camisa 9 de Abel Ferreira e maior contratação da história do futebol brasileiro em termos financeiros. Após o jogo, o treinador português falou sobre a situação do garoto e as críticas externas ao seu trabalho.

Vitor Roque não marcava um gol havia mais de dois meses, o que gerava questionamentos sobre o investimento feito pelo clube no atacante. Muitas vezes, as dúvidas se transformaram em críticas exageradas e, como disse Abel, até em “ofensas” e situações que “passam do limite”.

A primeira pergunta realizada pelos repórteres na coletiva de imprensa foi sobre uma evolução de Vitor Roque nos últimos jogos e a influência de Abel Ferreira nisso. O português prontamente respondeu: "Nenhuma", sobre ter alguma responsabilidade na melhora. "Quem teve que ouvir foi ele. Ele já sabe. Para ser jogador nesse país e aguentar as críticas selvagens que fazem a jogadores com 20 anos, independente se ganham muito ou pouco, chamam de bagre... ódio... isso deixa marcas emocionais nos jogadores. Estamos a falar de um jogador que é capaz, e como nós parece que vivemos em um mundo perfeito, que todo mundo faz tudo perfeito no trabalho."

"Julgar e criticar está certo, está a jogar mal e ele sabe disso. O problema é a ofensa, quando passa do limite, e aqui passa muito do limite. Nós temos que acarinhar, chamar, sem medo nenhum. Quando estamos mal, não podemos dizer que estamos bem. O único mérito, se é que tive, foi confiar no trabalho dele. Nossos capitães fizeram o trabalho que teve que fazer. Nosso estafe técnico, nossa diretoria"

"Aqui é 8 ou 80. Agora vão dizer que ele é o Pelé. Mas não é. É o mesmo Roque, tem defeitos e virtudes como todos. Claro que é bom, aumenta a confiança dele. É manter os pés na terra. temos que melhorar, ele individualmente, e nós coletivamente. E temos que manter essa melhora, olhar pelos jogadores que temos agora e procurar a melhor forma para ganhar. Porque aqui só importa quando está ganhando, ninguém quer saber de mais nada", concluiu.

Posteriormente, Abel foi perguntado sobre a saída de dois jogadores importantes para a equipe (Estêvão, ao Chelsea, e Richard Ríos, ao Benfica) e, mesmo assim, a manutenção da dinâmica da equipe. Em meio a questionamentos por parte da torcida e da imprensa, o técnico respondeu: "Tem uns amigos seus que dizem que o treinador do Palmeiras não serve, é fraco, faz sempre a mesma coisa. Como são só opiniões, você tem a sua, os outros têm as deles e às vezes fazem de propósito porque convém, alguém manda. Temos uma equipe jovem, uma equipe para o presente, futuro e temos margem para melhorar"

"Vamos ganhar, perder. Vão dizer que somos melhores, piores. Mas não podemos duvidar do nosso valor, trabalho, resiliência, consistência e coragem que temos que ter para muitas vezes tampar o ouvido e os olhos. Mais que críticas construtivas, são críticas ofensivas, e isso é triste. A liberdade acaba quando começamos a tocar na do outro. Estamos num mundo que não há filtros", finalizou.

Com a vitória sobre o Flu, o Verdão alcançou a terceira colocação na tabela do Brasileirão, com 29 pontos em 14 jogos. O Cruzeiro, líder, empatou na rodada, e o Flamengo, vice-líder, venceu. Dessa forma, com dois jogos a menos que a Raposa e um a menos que o Rubro-Negro, o time de Abel Ferreira pode chegar à ponta da tabela caso vença seus compromissos e o time de Filipe Luís não vença sua partida atrasada.

O Palmeiras enfrenta o Grêmio neste sábado (26), pela 17ª rodada do Brasileirão, no Allianz Parque. Na quinta-feira da semana que vem, disputa o jogo de ida contra o Corinthians, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Já na frente continental, encara o Universitario, do Peru, pelas oitavas da Libertadores, no dia 14 de agosto.