Em outra entrevista, o brasileiro falou ao The Players’ Tribune sobre sua infância: "Numa manhã, enquanto caminhava para a escola, quando tinha talvez 8 ou 9 anos, me deparei com um homem caído no beco. Ele não se mexia. Quando cheguei mais perto, percebi que estava morto".
Continuou: "Na favela, você meio que se acostuma com essas coisas. Não havia outro caminho, e eu precisava chegar à escola. Então, simplesmente fechei os olhos e pulei sobre o corpo. Não estou dizendo isso para parecer durão. Era apenas a minha realidade. Na verdade, sempre digo que fui muito sortudo na infância, porque, apesar de todas as nossas dificuldades, recebi um presente do céu".
"A bola me salvou. Meu amor desde que eu era bebê. No Inferninho, não ligávamos para brinquedos no Natal. Qualquer bola era perfeita para nós. Eu não abaixava a cabeça para ninguém. Dava elástico nos traficantes. Chapéu nos motoristas de ônibus. Caneta nos ladrões. Eu não queria nem saber. Com a bola no pé, não tinha medo de nada", encerrou.