Uma das críticas mais constantes direcionadas a jogadores de seleção acontece quando eles não conseguem desempenhar, pelo seu país, o mesmo futebol que apresentam em seus clubes. Em todo o mundo, Lionel Messi é a maior vítima de tal análise, levando em conta toda a expectativa que o argentino gera – e apesar da bagunça institucional que atrapalha uma evolução na qualidade da Albiceleste. Aqui no Brasil também já houve exemplos, mas atualmente podemos esperar até uma inversão nesta realidade se analisarmos os nomes de Neymar e Vinícius Júnior.
Os dois pontas, convocados por Tite para os amistosos do Brasil contra Colômbia (06/09/2019) e Peru (11/09/2019), não vivem o melhor momento em seus clubes, e o sopro de ar fresco em meio a um momento de baixa pode fazer bem ao grande futebol que cada um já demonstrou que pode apresentar.
Neymar
Getty Triste em Paris... (Foto: Getty Images)
Dentre ambos, o caso mais conhecido é o de Neymar. O brasileiro já havia demonstrado vontade de deixar o futebol francês, iniciando uma novela que durou todo o mercado de transferências, mas que terminou sem uma mudança para o craque de 27 anos – que não teria ficado nem um pouco feliz com a relutância do Paris em abrir mão de sua maior contratação tão facilmente, apesar das polêmicas recentes.
Lucas Figueiredo/CBF Feliz na seleção (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Afastado de todos os cinco jogos oficiais feitos pelo PSG nesta temporada, Neymar sabe que na seleção brasileira é tido como imprescindível para Tite. Lesionado, e consequentemente cortado do time que conquistou a Copa América dentro de casa, o camisa 10 sempre foi titular sob o comando do treinador, embora o mesmo tenha dito que Ney não é “insubstituível”. Com moral e oportunidades, tem tudo para ao menos recuperar o sorriso que não vem aparecendo no Parque dos Príncipes.
Vinícius Júnior
Getty Images Poucas oportunidades com Zidane (Foto: Getty Images)
Falando em sorriso, algo comum em meio à jovialidade de Vinícius Júnior, a joia revelada pelo Flamengo não vem encontrando muitos motivos para felicidade neste início de temporada com o Real Madrid. O brasileiro entrou em campo nos três jogos oficiais dos Blancos, mas apenas uma vez como titular – em sua defesa, a única vitória dos merengues até agora, nos 3 a 1 sobre o Celta de Vigo, embora Vinícius tenha tido atuação tímida.
Definitivamente um membro do time principal do Real Madrid, e não mais com a responsabilidade dividida com o Castilla, a equipe B do clube, Vinícius precisa, na Espanha, convencer Zidane a lhe dar as chances que só teve no período em que Santiago Solari comandou os merengues. Após a saída do argentino, a desculpa para a falta de chances havia sido a lesão sofrida na eliminação para o Ajax, na Champions League.
Lucas Figueiredo/CBF (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Na seleção brasileira, onde ainda vai fazer sua estreia, o sorriso já apareceu na apresentação, nos Estados Unidos, e voltou a estar presente em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (03): “Fico feliz de estar aqui tão novo, com grandes jogadores, alguns dez anos mais velhos do que eu, para aprender. Nem nos meus melhores sonhos imaginava, com 19 anos, estar na seleção principal e no Real. Chego para evoluir, trabalhar e desfrutar ao máximo esses dez dias aqui”, afirmou.
A grande questão envolvendo Vinícius e Neymar é a briga por posições, já que ambos atuam costumeiramente na ponta-esquerda. Ainda há a opção de Ney atuar centralizado como “Camisa Dez”, mas o clima leve, agravado pelos compromissos serem apenas amistosos, chegam em um excelente momento tanto para um quanto para o outro.
