
Luis Enrique faz a sua estreia como treinador da seleção espanhola às 15h45 deste sábado (08), em duelo contra a seleção inglesa válido pela nova UEFA Nations League. Além de obter bons resultados, o novo comandante tem como missão dar um passo além na passagem de bastão da melhor geração da história futebolística do país e atualizar um modelo de jogo que sofreu duras críticas após a eliminação na Copa do Mundo de 2018.
Pois ainda que tenha disputado o certame realizado na Rússia em meio à crise causada pela demissão de Julen Lopetegui, substituído pelo interino Fernando Hierro dias antes da estreia, a queda nas oitavas de final para os donos da casa foi o ponto mais baixo do estilo de troca de passes e valorização da posse de bola que deu, com o qual os espanhóis conquistaram seus principais títulos entre 2008 e 2012.
A necessidade de se reinventar não é culpa exclusiva do ‘tiki-taka’, mas também da transição entre gerações. Autor do gol que deu à Espanha o título mundial em 2010, Iniesta não vestirá mais a camisa da seleção e o mesmo acontece com o zagueiro Piqué e o meia David Silva. Busquets e Sergio Ramos são os principais nomes dentre os veteranos que levantaram títulos, sendo que apenas o zagueiro do Real Madrid, capitão do selecionado, estava presente na conquista da Euro 2008 – o pontapé inicial que anunciou o que estava por vir.
Quando comandou o Barcelona, entre 2014 e 2017, Luis Enrique conseguiu manter a identidade resgatada por Pep Guardiola, mas tornou a equipe mais direta em suas chegadas ao ataque. Justamente o que foi pedido da Espanha após infrutíferos 1115 toques e 78.9% da posse de bola contra a Rússia, antes da queda na disputa de pênaltis.
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“Nós vamos jogar no ataque desde o início, teremos a bola e teremos mais ocasiões que o adversário, pressionando quando não tivermos a bola. Depois veremos como vai seguir, onde haverá buracos, mas a ideia é essa. Sem dúvidas, a missão agora é ser menos previsível”, afirmou durante entrevista coletiva prévia ao duelo contra os ingleses.
Luis Enrique vai respeitar o estilo de futebol utilizado pela Espanha na última década, mas vai adicionar um leve tempero para tornar o modelo mais efetivo em um período de maior valorização de contra-ataques, onde o foco está na mais no estilo reativo. Mas só vai conseguir ter a calma para isso se conseguir resultados dentro de campo: este sim é o seu desafio.
