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"Soldado" do Watford, Richarlison sonha com música de Elton John e avisa: "Premier League é a minha cara"


GOAL Por Bruno Andrade

"Riii-char-li-son! Ó, Richarlison! Ó, Riii-char-li-son, he plays for Watford in Silva's army!". Em português: "Riii-char-li-son! Ó, Richarlison! Ó, Riii-char-li-son, ele joga no Watford no exército do Silva!".

Menos de um mês na Inglaterra, quatro partidas, um gol e um canto especial da torcida. Richarlison está em casa no Watford, onde rapidamente foi abraçado pelo compatriota e "irmão mais velho" Gomes e virou o "soldado" preferido do treinador português Marco Silva. Mas o brasileiro de apenas 20 anos vislumbra muito mais. Identificado de imediato com o estilo de jogo da Premier League, o ex-atacante do Fluminense revelou ao Blog Ora Bolas que sonha com uma música composta pelo famoso músico britânico Elton John, ex-dirigente e torcedor-símbolo do clube inglês.

Foi anunciado pelo Watford no dia 8 de agosto e quatro dias depois estreou contra o Liverpool. Já tem quatro jogos e um gol... Surpreso com a rápida adaptação?
Estou muito surpreso. Isso tudo também mostra que o nosso grupo é muito bom, é acolhedor. Cheguei e, na verdade, logo imaginei uma adaptação complicada e demorada, mas todos me receberam muito bem, principalmente o Gomes, que me abraçou desde o primeiro dia. Estou muito feliz. Tenho me doado ao máximo dentro e fora de campo, assim como já vinha fazendo no Brasil. Estou muito bem, espero continuar assim e, quem sabe, chegar à seleção brasileira.

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O carinho da torcida do Watford também é algo surpreendente. Até música já criaram para você...
A torcida aqui é maravilhosa. Quero aprender a música para cantar junto com os torcedores. O carinho deles me motiva ainda mais a jogar, a correr... Fiquei muito surpreso e feliz com a recepção de todos. Não tenho palavras para descrever o que a torcida tem feito por mim.

Sabe o que a música diz?
Ainda não sei, mas eles falam o meu nome várias vezes. Preciso procurar o Gomes para tentar descobrir o que exatamente a torcida canta [risos].

Ficou arrepiado quando ouviu a música pela primeira vez?
Fiquei muito surpreso, com certeza. Parei no gramado e fiquei prestando atenção para saber se realmente estavam mesmo cantando o meu nome. Fiquei muito feliz e emocionado quando percebi que era mesmo o meu nome. 

Existe algum trabalho especial fora de campo para os recém-chegados jovens estrangeiros?
Eles procuram trabalhar bastante a parte psicológica, querem que a gente esteja feliz para render o máximo possível nos jogos. São muito cuidadosos com os atletas mais novos. Depois dos treinos temos aulas com uma professora de inglês. Aliás, já estão pegando no pé para que eu aprenda inglês. O treinador também conversa muito comigo, o que tem ajudado bastante.

Você, com 20 anos, é um dos brasileiros mais jovens a chegar na Premier League. Passa pela sua cabeça ser o maior de todos?
Já é um sonho realizado estar na Inglaterra, num clube com a estrutura do Watford. É um sonho de criança, sempre quis jogar na Premier League, que é uma das melhores ligas do mundo. Deus fez tudo perfeito para mim. Não pensei duas vezes quando surgiu a proposta da Inglaterra, porque sempre tratei como uma meta profissional. Quero fazer história no Watford, marcar muitos gols...

Adaptação rápida, carinho da torcida, boa primeira impressão... Sente que muito em breve estará num clube maior na Inglaterra? 
Com certeza. Estou um clube maravilhoso, já criei um carinho enorme pelo Watford. Pretendo fazer história aqui e quem sabe mais para frente ir para um clube ainda maior. Antes, no entanto, preciso pegar experiência, adquirir uma bagagem boa. E penso muito na seleção brasileira também. Vim para o Watford com o pensamento de jogar. Digo isso porque, num clube maior, possivelmente fosse jogar menos ou até mesmo ser emprestado. Vim para jogar.

Deixou o Fluminense como um dos principais jogadores no Brasil no momento. Tem a percepção disso?
Estava fazendo uma grande temporada, é verdade, assim como Luan (Grêmio), o Jô (Corinthians)... Fico muito feliz. Daqui para frente vou melhorar ainda mais, principalmente porque  estou num campeonato muito disputado. A Premier League é a minha cara. Aqui buscam muito o contato físico, então vou aproveitar bastante isso.

Você quase foi parar no Palmeiras, pediu para não participar de um jogo pelo Fluminense... Se arrepende do que aconteceu naquela negociação?
Olha... Foi tudo conduzido de forma errada. Eu poderia ter ido para o jogo [justamente contra o Palmeiras]. Foi uma situação muito difícil para mim. Mas isso agora é passado, não quero e nem gosto de lembrar. Foi um dos dias mais tristes da minha vida, me senti muito mal por deixar os meus companheiros na mão. Graças a Deus dei a volta por cima e hoje estou feliz no Watford.

Zero a dez: qual a importância do Abel Braga durante a conturbada negociação com o Palmeiras?
Nota dez, né? Foi o cara que mais me abraçou, que me fez levantar a cabeça dentro do Fluminense. Poucos dias depois daquele problema, ele falou comigo de pai para filho: "Você vai para o jogo, vai enfrentar o Grêmio". Fui, joguei, segui jogando, dei a volta por cima e mostrei dentro de campo que estava focado, que queria ajudar o time. O Abel me entendeu, me deu muita força e confiança. Sou muito grato.

Por falar em pai... O Gomes também já virou "paizão" ou está mais para "irmão mais velho"?
[Risos] Está mais para um irmão mais velho, né? Está novinho ainda. 

Ele ainda tem muita lenha para queimar?
Acho que ele só vai parar de jogar com uns 45 anos. Está novo ainda [36 anos], está bem fisicamente. É um cara muito gente boa, do bem. Me ajudou muito.

Já esbarrou com o Elton John? Foi presidente do Watford, é um dos torcedores mais apaixonados e famosos do clube...
Espero conhecer muito em breve, ainda não tive a honra. Quero dar um abraço nele. 

Já te falaram para jogar bem porque o Elton John está de olho?
O Gomes fala que o Elton John sempre vai aos jogos, gosta de ficar observando os jogadores... Ele tem muita moral no clube, né? 

O Elton John é um dos músicos mais famosos do mundo. Dá para sonhar com uma música composta por ele em sua homenagem?
Ele é músico e tem muita moral no Watford, então dá para sonhar com música especial em minha homenagem. Seria interessante. Quem sabe...

Como é a relação com o Marcos Silva? O fato de o treinador do Watford ser português facilita muito, não?
Temos um relacionamento muito bom. Quando os jogadores não compreendem a parte tática, por exemplo, ele pega um a um e explica o que deseja. Prioriza muito a parte tática... Balanço para lá, balanço para cá, marcação no lateral, marcação no volante. Ele já me pegou e levou para uma salinha, onde explicou tudo o que eu precisava ouvir. Isso me ajudou muito, muito mesmo. Sempre que entro em campo fico me lembrando das palavras dele naquela salinha [risos].

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