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Dani Alves Brasil campeão Copa America 07072019Getty

Seleção tem Dani Alves, Cebolinha e Jesus em alta; veja análise de todos os campeões

Depois de 12 anos, o Brasil voltou a ser campeão da Copa América. Mais do que isso, se reconectou com a torcida após a queda precoce na Copa do Mundo da Rússia e virou a página das vaias do começo do torneio. Sem o peso nas costas, é hora de pensar no futuro. 

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Podemos voltar a tratar Gabriel Jesus como uma potencial superestrela? Dani Alves enterrou de vez qualquer papo sobre aposentadoria? E Everton Cebolinha, qual lugar terá na seleção brasileira do futuro? Diante de questões como essas, a Goal aproveita o momento para fazer uma análise individual de cada um dos 23 campeões da Copa América:

Dani Alves – Eleito melhor jogador do torneio, vive uma situação sui generis: está no melhor momento da carreira na seleção, ao mesmo tempo em que ainda sofre para encontrar um novo clube após o fim de seu contrato com o PSG. 

Em campo, ele foi o principal armador da seleção brasileira, aproveitando o esquema de Tite para jogar por dentro. Criou conexão importante com Gabriel Jesus, se entendeu bem com Arthur e passou segurança até na defesa, que nunca foi exatamente seu ponto forte. O jogo com a Argentina, seu melhor no torneio, foi a cereja no bolo. 

É difícil imaginar que ele vá perder espaço em curto e médio prazo, mas essa manutenção do status também passa pelo futuro na Europa. O problema da lateral, hoje, passa pela sua reserva. 

Gabriel Jesus – De “novo Ronaldo” a “não é jogador de seleção”. E agora, qual é a nova estampa do camisa 9 pós-Copa América? Não fosse expulso em uma decisão controversa, o ex-palmeirense tinha tudo para ser eleito o craque do torneio. 

Sua associação com Dani Alves pela direita deu o caminho para um Brasil que sofria em encontrar saídas no ataque. Além disso, seu entendimento tático com Firmino rendeu quatro dos cinco gols que a seleção marcou na reta final da Copa América, com os dois sempre alternando posicionamento. 

Nem tudo são flores, diga-se. A virada de Gabriel Jesus se deu da semifinal em diante, depois de alguns jogos em que parecia pouco à vontade em uma posição na qual não está acostumado a atuar. De agora em diante, talvez essa seja a grande questão do atacante, que depois de dois anos e meio segue à sombra de Aguero como centroavante do City: jogar na ponta é uma experiência ou uma realidade?

Everton – O Cebolinha era o patinho feio do setor ofensivo convocado por Tite. Mais velho que os concorrentes diretos, nunca atuou na Europa e chegou à Copa América sem sequer ter marcado pela seleção, com a pressão de ter Vinicius Júnior atuando na mesma posição. No fim, ganhou a vaga na marra, com muito ímpeto, e conquistou a torcida no caminho. 

Terminou como artilheiro da Copa América, ao lado de Guerrero, e era candidato ao prêmio de melhor da competição. Teve seu nome gritado em pelo menos três estádios, virou o xodó de Galvão Bueno e agora espera para ver se essa febre se converte em transferência para a Europa. 

O futuro em clubes pode ser chave para entender o caminho de Everton. Quando Neymar voltar, a opção mais simples para Tite é sacar o gremista, que ocupa a faixa de campo que mais apetece ao camisa 10. Se o Cebolinha conseguir se manter em alta, porém, vai ser difícil barrá-lo depois dessa Copa América de dribles, ousadia e muita estrela. 

Arthur – Se o Brasil mudou da Rússia para cá, o meia do Barcelona é o responsável. Ao aliar um passe preciso com a capacidade de se desvencilhar da marcação em espaço curto, ele firmou-se como titular incontestável da seleção, ainda que tenha quem torça o nariz para sua falta de objetividade com a bola. 

Nos seus melhores momentos ele é, junto com Daniel Alves, o responsável pela armação do jogo do Brasil, ditando o ritmo e encontrando passes para quem está adiante. Nos piores, consegue clarear o jogo no meio-campo e ao menos fazer a bola girar. Ainda que o Brasil tenha opções como Allan, Fabinho e até Bruno Guimarães, em ascensão no Atlético-PR, é difícil imaginar a seleção ideal sem Arthur como titular. 

Alisson – De questionado na era Dunga a um dos mais aplaudidos na Copa América, o goleiro do Liverpool é um dos poucos jogadores do Brasil que pode disputar o título de “melhor do mundo” da sua posição. 

Durante a Copa América, premiou o Brasil com defesas-chave, finalmente criou a relação sonhada com a torcida e sai do torneio com a fama de ser um carrasco de Messi, o que, convenhamos, não é pouca coisa. 

Thiago Silva – Aos 34 anos, veteranos de três Copas do Mundo, ele sai da Copa América com seu papel reforçado. Foi o mais seguro dos zagueiros que o Brasil teve e ganha força para seguir como o maior nome do badalado setor defensivo. A questão, como no caso de Dani Alves, passa pelos seus reservas. 

Philippe Coutinho – Depois de uma temporada frustrante no Barcelona, esperava-se que fosse ele o nome a assumir o protagonismo deixado por Neymar. Coutinho começou a Copa América vacilante, apesar dos dois gols na estreia, e teve lampejos. A atuação contra a Argentina foi notável, seus bons momentos no primeiro jogo contra o Peru também foram importante, mas é inevitável pensar nele como possível homem a ser sacado quando Neymar voltar. 

Firmino – Sem fazer muito barulho, o atacante do Liverpool firmou-se no time. A movimentação imprevisível e as trocas constantes com Coutinho e Gabriel Jesus deram ao Brasil boa parte de seus gols, incluindo quatro dos cinco últimos. Não foi cotado para melhor do torneio ou grande estrela do Brasil, mas foi fundamental na conquista e sai da Copa América maior do que entrou. 

Casemiro – Pilar do time desde a entrada de Tite, ele de novo mostrou sua importância defensiva. Foi um dos responsáveis pelo bloqueio imposto a Messi na semifinal e não comprometeu em nenhum momento. O ponto negativo é o excesso de cartões, que de novo o tirou das quartas de um torneio de peso, e a dificuldade na saída de bola, que por vezes sobrecarrega Arthur. 

Marquinhos – Longe de ter ido mal, o zagueiro mais jovem da dupla titular estreou com segurança em sua primeira competição oficial como titular absoluto. Não deu motivos para Tite repensar a condição de reserva de Miranda e ganhou experiência para aos poucos viver uma passagem de bastão com Thiago Silva. 

Alex Sandro – Entrou e deu conta do recado, mas esteve longe de ser brilhante. Menos técnico, não consegue armar pelo meio como Dani Alves ou Filipe Luís e oferece menos chance de tabela a Everton e qualquer meia que cair ali. Com Alex Telles cada vez mais forte no futebol europeu e Renan Lodi chegando no Atlético de Madri, pode perder espaço num futuro próximo. 

Filipe Luís – Muito experiente, o veterano lateral cumpriu bem seu papel enquanto jogou. Atuou como armador pelo meio, como queria Tite, e foi uma liderança da equipe fora de campo. Teve o torneio abreviado por uma lesão, mas sai da Copa América tendo, mais uma vez, dado conta do recado. Ótimo para ele, que ainda não decidiu o futuro em clubes e está em uma das posições mais concorridas da seleção, com Marcelo à espreita para voltar e jovens valores querendo espaço. 

David Neres e Richarlison – Começaram o torneio como titulares, empurrados por temporadas notáveis na Europa, mas perderam a vaga no meio do caminho. A troca foi mais por opção tática que por má atuação da dupla, mas ambos demonstraram abatimento com a situação. O fato de Willian ter crescido ao longo do torneio não ajudou em nada. Menos mal para Richarlison, grande destaque da seleção no último ano, que conseguiu entrar e ainda marcou o gol que definiu a Copa América, de pênalti. 

Willian – Veterano, foi chamado às pressas, no meio das férias, para substituir Neymar. Muito criticado por imprensa e torcida, deu conta do recado quando entrou, com bola na trave contra o Paraguai, atuação segura contra a Argentina e um belo gol contra o Peru. Ao mesmo tempo, esteve longe de ser o fator de desequilíbrio que Tite procurava. Pela concorrência na posição, é difícil imaginar que siga entre os convocados por muito tempo, mas a Copa América com certeza lhe garante mais fôlego. 

Fernandinho – Foi o nome mais contestado da convocação de Tite, ainda marcado pelos maus desempenhos nas duas últimas Copas. Começou como titular na ausência de Arthur, mas foi mal, chegou a ser vaiado e de novo deixa um torneio pela seleção longe de brilhar. Ainda que siga bem no Manchester City, é difícil imaginar que ele consiga manter seu lugar diante da concorrência imposta por Fabinho. 

Allan – Visto por muitos como uma opção valiosa de Tite para mexer no esquema, nunca chegou a brilhar. Na maior chance que teve, as quartas contra o Paraguai, pareceu desconfortável como primeiro volante e não chegou a brilhar. É querido por Tite e oferece alternativas valiosas, mas terá de batalhar para manter o lugar no grupo diante da concorrência. 

Miranda e Fagner – Dois jogadores experientes, da confiança de Tite, que mal tiveram espaço diante da força dos titulares. Ambos fazem parte do grupo que parece ter ido para a Copa América mais pela ausência de rivais do que por méritos próprios. Parte da renovação necessária passa por encontrar opções mais frescas para os dois. 

Militão – Versátil, foi usado por Tite em um momento crítico, quando o Brasil sofria pressão na final com um a menos. Entrou na zaga pela direita, para liberar Dani Alves, e saiu elogiado por Tite. Vai começar a vida no Real Madrid e pode, a depender do desempenho, subir seu perfil dentro da seleção rapidamente. 

Lucas Paquetá – Um dos grandes mistérios da Copa América, o ex-flamenguista é versátil, talentoso e parecia ser uma solução para os problemas do meio-campo de Tite. Na prática, porém, ficou longe de ser uma opção real e mal saiu do banco mesmo quando o meio-campo claramente precisava de oxigenação. O fato de Tite ter citado Renato Augusto nominalmente na coletiva pós-título não parece bom presságio para ele. 

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