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Everton Peru Brasil Copa América 22062019Alexandre Schneider/Getty

Seleção se reencontra com o melhor da Era Tite no "jogo do Cebolinha"

Quase dois anos depois, a seleção voltou a ser ovacionada diante da sua torcida. Contra o rival mais forte do Grupo A, pressionado por dois jogos desanimados contra Bolívia e Venezuela, o Brasil reagiu, fez 5 a 0, levantou a Arena Corinthians e ouviu gritos de "olé" desde a metade do segundo tempo. Não é pouca coisa para quem conviveu com silêncio e ouviu vaias nos primeiros passos. No futuro, com sorte, esse pode ser lembrado como o "jogo do Cebolinha". 

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Everton foi favorecido pelos dois gols que abriram a porteira, é verdade, mas é impossível negar que saiu dos pés dele o estado de espírito que se instalou em Itaquera. Jogador do Grêmio, sem nenhum histórico com o público paulista, ele foi ovacionado já no anúncio da escalação, antes de a bola rolar. Repetição do que havia ocorrido em Salvador, dias antes, quando o público pediu em coro a entrada do reserva no 0 a 0 contra a Venezuela. 

Tite pode dizer que não escalou o camisa 19 pensando na torcida, mas o efeito que sua mexida teve foi clara. Éverton partiu para cima dos marcadores a cada toque na bola, abusou de toques com estilo e cortes curtos e foi premiado com um golaço ainda no primeiro tempo, bem ao seu estilo. Poderia ter sido mais se ele não tivesse parado no goleiro no começo da etapa final, depois de fazer fila e invadir a área no que seria um gol de placa.

Quando um jogador provoca uma catarse deste tipo com a seleção brasileira, convém não ignorar. É impossível prever onde Éverton, aos 23 anos e titular do Grêmio há menos de dois anos, vai parar. O que dá, sim, para dizer, é que jogos como esses não acontecem toda hora. Os gaúchos, da terra onde o atacante despontou, costumam dizer que um jogador "nasce" para uma torcida com atuações deste tipo. 

Foi assim com Ronaldinho Gaúcho, em 1999, quando o moleque dentuço que foi chamado às pressas para substituir o cortado Edílson entrou, deu um chapéu em uma venezuelano e fez um golaço. Foi assim que Adriano, em 2004, decidiu uma Copa América no último minuto, com uma patada que deu ao Brasil o direito de ganhar a final da Argentina nos pênaltis. 

E é claro que nem todos esses jogos desembocam em um craque transcendental e marcante como esses dois. Luis Fabiano teve o seu em 2007, quando o Brasil bateu o Uruguai por 2 a 1, no Morumbi, com o ex-atacante são-paulino decidindo o jogo e salvando o pescoço de Dunga. Coutinho também, quando fez um golaço no 3 a 0 aplicado na Argentina e se firmou na seleção depois de anos como promessa. 

Éverton fez isso nesta tarde de sábado. Com o magnetismo da sua atuação, levantou a moral de uma seleção que estava carente de carinho do público. Foi em 2017, no adeus às Eliminatórias contra o Chile, no Allianz Parque, a última vez que o Brasil jogou, convenceu e foi ovacionado por sua torcida. Nem faz tanto tempo assim, mas a distância entre aquela seleção e essa, há um dia, parecia de uma década. 

Se mudou, foi graças a Éverton. 

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