É bem verdade que o São Paulo talvez viva a sua maior pressão por títulos desde o período entre 1958 e 1970, quando ficou mais de uma década sem levantar troféus enquanto o estádio do Morumbi era construído - em meio à hegemonia estadual de Santos e Palmeiras. No entanto, embora tenha vivido nos últimos anos a maior crise econômica de sua história (segundo afirmou em 2017 o então presidente Carlos Miguel Aidar) isso não tem se refletido nas movimentações por reforços.
O retorno de Alexandre Pato, contratado até 2022 por um valor de € 8 milhões diluídos em pouco menos de quatro anos, com o Tricolor superando a concorrência do Santos e especialmente do Palmeiras, é o exemplo mais recente de todos. Ainda na atual temporada, o Tricolor venceu outra disputa com os palmeirenses, que assim como o Flamengo queria o atacante Pablo após o seu desempenho decisivo pelo Athletico em 2018: negociação no valor aproximado de R$ 26,5 milhões, a maior em todos os tempos do clube do Morumbi.
Para se manter forte no mercado de transferências, que nas últimas temporadas vê Palmeiras e Flamengo como maiores potências econômicas, o São Paulo contou com um bom movimento de vendas. Em 2017, após vender David Neres por cerca de R$ 50 milhões na época - € 12 mi – o Tricolor surpreendeu ao tirar o argentino Lucas Pratto do Atlético-MG. Além de ter enfraquecido um adversário nacional, os R$ 23,9 milhões gastos no Urso (como Pratto é apelidado) igualou o recorde da maior contratação da instituição até aquele momento (Paulo Henrique Ganso, contratado em 2012).
Um ano depois, Pratto era vendido por R$ 32,9 milhões para o River Plate e estipulava um novo recorde para o clube argentino. O valor recebido ajudou o São Paulo ao montar a sua trinca ofensiva para aquele ano. Além de Nenê, que chegou sem custos junto ao Vasco, o Tricolor também trouxe Diego Souza do Sport e pagou os R$ 15 milhões de multa rescisória que Everton tinha com o Flamengo – para a revolta dos torcedores cariocas na época. Os resultados chegaram a aparecer em campo, com a equipe liderando parte do Brasileirão 2018, mas na metade final da temporada tudo deu errado.
São Paulo FCSão Paulo venceu concorrência de Palmeiras e Flamengo para ter Pablo (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)
Não é um roteiro novo. Em 2014, o Tricolor deu um ‘chapéu’ no Palmeiras ao acertar o empréstimo de Alan Kardec. O atacante rendeu gols, mas não títulos. Também é importante destacar que nem sempre houve vitórias nas disputas: em 2015 o São Paulo era um dos postulantes a Dudu, que surpreendeu quando acertou o Alviverde antes de fazer história.
De qualquer forma, assim segue o São Paulo desde a Sul-Americana de 2012: contratando à altura das maiores potências nacionais, mas sem converter o investimento no que realmente importa: títulos. A temporada 2019, com Pablo e agora Alexandre Pato no ataque, ganha uma nova esperança. E expectativa.
