Alexandre Pato Tianjin QuanjianGetty Images

Saída de Pato marca o menor número de brasileiros na China em quase dez anos

A contratação de Darío Conca pelo Guangzhou Evergrande, em 2011, anunciou a força com a qual o futebol chinês havia entrado no mercado das transferências. O argentino, grande protagonista no título brasileiro conquistado pelo Fluminense em 2010, chegou ao novo clube com o terceiro maior salário do mundo na época – perdia apenas para Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Desde então, jogadores sul-americanos foram especialmente a preferência dos asiáticos nas montagens de equipes que tinham, quase que obrigatoriamente, ao menos um grande jogador. Os brasileiros foram sempre maioria. E ainda são.

Entretanto, a atual temporada marca o menor número de jogadores brasileiros em quase dez anos. Hoje são 22 brasucas na disputa da Superliga, mesmo número visto em 2010. Naquela época, os nomes eram quase todos desconhecidos. Um contraste com o cenário atual, em que Paulinho, Renato Augusto, Hulk, Oscar, Ramires e Elkseson – dentre outros – brilham do outro lado do mundo.

Mais artigos abaixo

A queda nos números encontram explicações em três motivos principais. A vontade dos atletas em retornar para casa é uma delas: foram os casos de Diego Tardelli (reforço do Grêmio) e Ricardo Goulart (emprestado pelo Guangzhou ao Palmeiras). Outro ponto foram as recusas que nomes como Dudu, Deyverson e Bruno Henrique tiveram após serem tentados - todos do Palmeiras, o único clube a bater de frente com o mercado chinês aqui no Brasil.

Ricardo Goulart Palmeiras Ituano Paulista 27022019Cesar Greco/Ag. PalmeirasGoulart voltou ao Brasil por empréstimo; Palmeiras ajudou a diminuir nº de brasucas na China (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Por último, contribuiu também para este pequeno êxodo a crise vivida pelo antigo Tianjing Quanjiang. O clube, que ainda tem os atacantes Alan e Renatinho em suas fileiras, entrou em uma crise gigantesca que envolveu a morte de uma menina, acusações de fraudes e algumas prisões. Tamanho foi o baque, que o governo da China interviu na administração do clube e tirou o nome da patrocinadora: saiu o Quanjiang (grande grupo farmacêutico) e a equipe foi rebatizada como Tianjing Tianhai.

Alexandre PatoGetty ImagesEm meio à crise do Tianjin, Pato conseguiu rescindir seu contrato (Foto: Getty Images)

Com o futuro incerto, as duas principais estrelas brasileiras que pertenciam ao clube se movimentaram para buscar uma rescisão de contrato. O meia-atacante Geuvânio, que estava emprestado ao Flamengo, conseguiu permanecer no Brasil e acertou com o Atlético-MG. Já Alexandre Pato, referência técnica nos últimos dois anos, conseguiu romper o seu vínculo e no momento está sem clube.

Olhando para o futuro, com os chineses mirando cada vez mais para nomes que não vivem a sua melhor fase nas principais ligas da Europa, é possível imaginar que o número de brasileiros na Superliga ainda possa diminuir ao longo dos anos. Afinal de contas, o projeto do país está muito mais ligado ao desenvolvimento de seus  próprios jogadores do que na contratação de craques renomados. De qualquer forma, vale destacar: os brasileiros ainda são maioria dentre os estrangeiros por lá.

Brasileiros na China em 2019        

BrasileirosTimePosição
PaulinhoGuangzhou EvergrandeMeio-campo
OscarShanghai SIPGMeia
TaliscaGuangzhou EvergrandeMeia
HulkShanghai SIPGPonta
Alex TeixeiraJiangsu SuningMeia
Renato AugustoBeijing GuoanMeio-campo
RamiresJiangsu SuningMeio-campo
Roger GuedesShandong LunengAtacante
AlanTianjin TianhaiAtacante
GilShandong LunengZagueiro
Leo BaptistãoWuhan ZallAtacante
ElkesonShanghai SIPGAtacante
Rafael SilvaWuhan ZallAtacante
Alan KardecChongqing LifanAtacante
Henrique DouradoHenan JianyeAtacante
Fernando KarangaHenan JianyeAtacante
FernandinhoChongqing LifanPonta
RenatinhoTianjin TianhaiPonta
IvoHenan JianyeMeia
JohnathanTianjin TedaAtacante
FernandinhoChongqing LifanPonta
MarcãoHebei FortuneAtacante

Publicidade