Aos 17 anos, e já estrela do Valência, Francisco Román Alarcón Suárez ou se preferir, Isco, foi descrito por seu até então treinador, Unai Emery, como o jogador que poderia se tornar o novo David Silva, o atual atleta do Manchester City.
Mas menos de dois anos após a declaração, o jovem que já tinha completado 19 anos, retornou à Andaluzia, lugar onde nasceu, para se juntar ao Málaga, depois de a equipe desembolsar 6 milhões de euros da cláusula rescisória. O valor acabou sendo considerado uma grande taxa para um jovem que ainda não tinha convencido em campo.
Isco, por sua vez, sentiu que não haviam obtido as oportunidades necessárias para conseguir brilhar em Mestalla, e Emery que há dois anos tinha elogiado o atleta, escreveu uma crítica, de certa forma, surpreendente para aquele que teria sido o primeiro admirador do meia. Em seu livro, "Vencer a mentalidade - o estilo de Emery", o atual treinador do Arsenal destacou Isco como "um jogador de futebol com indisciplina e tendência para engordar".
Sem conseguir se fixar no Valência devido a terrível crise financeira do clube, o valor oferecidos pelo Málaga na tentativa de contratar o jogador de 18 anos, foi bom demais para ser recusado.
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A transferência acabou sendo um ponto positivo na carreira profissional de Isco, tanto no âmbito esportivo quanto financeiro, já que a ida significou mais dinheiro no bolso e mais tempo em campo. O jogador se fortaleceu no Málaga, e o sucesso nos gramados era usado, frequentemente, como um bastão para bater em Emery. Embora, a decisão de vender Isco tenha sido do Valência e não do treinador.
Independentemente da escolha de vender ou não, as boas atuações no Malága, influenciaram diretamente na decisão de Carlo Ancelotti em fazer de Isco a sua primeira contratação como treinador do Real Madrid, em 2013.
Agora, após cinco temporadas e cinco técnicos depois, Isco se depara com a grande incerteza na equipe comandada por Santiago Solari. De quem é a culpa? Será dos seus investidores? Como sempre, a resposta não é simples.
A posição preferida de Isco como “meia-atacante', que efetivamente atua logo atrás do atacante principal acabou se tornando um problema para o espanhol no Real, já que costumava jogar ao lado de Gareth Bale, Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, o que teria dificultado a sua acomodação em campo.
Ainda que Cristiano Ronaldo tenha deixado os Blancos, Marcos Asensio é considerado por muitos no clube, o principal atleta da equipe para um futuro próximo. Marca que poderá se tornar uma verdadeira luta, na qual Isso terá que provar o seu valor.
Uma recente operação de apendicite, seguida por um retorno aos treinamentos, considerado por muitos como precoce, teria sido o motivo da queda de Isco em seu nível de condicionamento. Ao que tudo indica, a recuperação do procedimento que impossibilitava o meia de fazer qualquer tipo de exercício (ginástica, bicicleta, corrida leve) durante os treinos, teria atrapalhado o jogador.
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Agora, caberá a Solari tirar o melhor proveito de Isco. Para isso, o treinador precisará se assegurar de duas coisas: que o jogador se encaixa perfeitamente no esquema tático e que consequentemente, se adapte ao mesmo.
A quem diga que o talento sempre atrai o sucesso, mas o meia-atacante vem sendo usado cada vez menos no futebol de alto nível. Isco acabou se tornando um meio-campista convencional, que não precisa mais dos aspectos que o diferenciavam dos outros, como a sua visão de jogo, a habilidade com a bola e a criatividade em campo. Pessoas próximas a ele, acham que usá-lo como apenas um "meio-campista comum" seria um desperdício de habilidade.
Então, o que poderá ocorrer com o espanhol? Isco deixaria o Real caso não consiga voltar a jogar em alto nível?
De acordo com fontes próximas ao jogador, Isco estaria desempenhado em voltar a atuar 100%, e demonstrou estar confiante de que quando isso acontecer, restabelecerá seu lugar na equipe. Aos 26 anos e na sexta temporada com o Real Madri, time no qual ganhou quatro Champions Leagues e um título da La Liga, Isco não tem absolutamente nenhuma intenção de deixar o Madrid.


