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Marega Porto storm off racism 2020Getty

Racismo: ora negamos, ora combatemos apenas quando convém

Sou um brasileiro que tem nacionalidade portuguesa e mora há quase cinco anos em Lisboa. Sinto-me então completamente à vontade para dizer, numa ótica de um branco privilegiado, que tanto Brasil como Portugal são essencialmente racistas.

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Não bastassem serem racistas (ou no mínimo coniventes com o racismo), brasileiros e portugueses, logicamente com várias exceções, negam a existência do racismo, o que, convenhamos, é muitas vezes prática comum entre os... racistas.

Outra triste particularidade que "une" os países co-irmãos é o combate ao racismo apenas quando é conveniente e/ou há um caso midiático, como lamentavelmente aconteceu no último domingo com o atacante maliano Moussa Marega, durante o jogo entre Vitória de Guimarães e Porto, na liga portuguesa.

"Sinceramente, no nosso país não vejo que haja racismo", disse o treinador portista Sérgio Conceição, no dia 22 de setembro de 2019, quando parte da torcida do clube azul e branco foi acusada de insultar um jogador negro do Young Boys, da Suíça, numa partida a contar pela Liga Europa.

O mesmo Sérgio Conceição, num ato louvável e digno de aplausos, recusou-se a falar do jogo em Guimarães, que curiosamente é a cidade que orgulha-se de ser o "Berço de Portugal". Limitou-se a falar do "lamentável" caso envolvendo Marega. 

"Aquilo que tenho a dizer: o jogo passa para segundo plano quando acontece algo deste gênero. Estamos completamente indignados. Somos uma família independentemente da nacionalidade, da cor da pele, da altura, da cor do cabelo... Somos uma família. Nós somos humanos, precisamos de respeito. O que aconteceu aqui é lamentável. Lamentável", desabafou.

Não adianta apenas combater o racismo  – e quando digo "combater", refiro-me aos mínimos detalhes, como piadas e suposições sem qualquer tipo de fundamento. É preciso, acima de tudo, reconhecer diariamente o racismo que infelizmente está impregnado há séculos na nossa sociedade.

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