Dentre a renovação feita por Tite após a eliminação nas quartas de final do Mundial de 2018, grande parte dos nomes estão do meio para a frente. O sistema defensivo disponível para a Copa América de 2019, que será realizada no Brasil, não sofreu grandes novidades em relação a jovens talentos. E, segundo dito por Filipe Luís em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (11), após treinamento no Pacaembu, não é algo a ser levado em conta quando o que interessa é ganhar. A necessidade de ser campeão em casa pressiona Tite e os jogadores.
"A idade é um número. O Daniel (Alves), por exemplo, tem 36 e parece um menino. Temos que julgar os jogadores pelo que rendem em campo e não pela idade. Existem seleções que nunca conseguiram ganhar nada, eu consegui em 2013, com a Copa das Confederações. Sempre quero ganhar. Não penso na Copa do Qatar, penso aqui. Essa Copa América é uma grande oportunidade, ganhar título em casa, que não jogamos há muitos anos", afirmou o lateral-esquerdo titular, que nos 7 a 0 sobre Honduras deu a sua primeira assistência sob o comando de Tite.
Filipe Luis e Dani Alves, 33 e 36 anos respectivamente nas laterais (Foto: Getty Images)
Dentre os 14 atletas acima dos 30 anos convocados após a eliminação para a Bélgica, oito são zagueiros ou laterais. Renovar a sua primeira linha de defesa, especialmente os flancos, é o grande desafio do treinador pensando na Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Mas, sejamos francos, o Mundial que será realizado no Oriente Médio é um pensamento distante para Tite: ao receber a Copa América, o Brasil automaticamente se vê obrigado a conquistar a taça.
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A própria escolha por Willian, de 30 anos, para ocupar a vaga deixada no setor de ataque após o corte de Neymar evidenciou o pragmatismo de Tite visando a caminhada que terá início neste 14 de junho, contra a Bolívia. Existe pouco espaço para a juventude e falta de experiência vestindo a camisa do Brasil, e o que existe disto está bem concentrado do meio para a frente. A defesa é marcada por nomes experientes, com muita história para contar.
Pedro Martins / MoWA PressAos 25 anos, Marquinhos é o titular mais jovem na defesa titular da seleção (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)
| Defensores | Idade | Status |
|---|---|---|
| Dani Alves | 36 | Titular |
| Miranda | 34 | Titular/Reserva |
| Thiago Silva | 34 | Reserva/Titular |
| Marquinhos | 25 | Titular |
| Filipe Luís | 33 | Titular |
| Alex Sandro | 28 | Reserva |
| Éder Militão | 21 | Reserva |
| Fágner | 30 | Reserva |
Defensores convocados para a Copa América: experiência, segurança
Se num passado nem tão distante a seleção por vezes usava a Copa América para experimentações visando renovação, hoje é algo impensável: pela necessidade de manter o 100% como campeão nas quatro vezes em que recebeu o torneio, mas também para apagar decepções recentes em Mundiais e na própria Copa América – torneio que não conquista desde 2007 e onde acumula péssimas campanhas nas últimas duas edições. Ao cair para a Bélgica, na Rússia, todos nós sabíamos que Tite não iniciaria um ciclo visando a edição de 2022 no Qatar. Como Filipe Luís evidenciou, o foco sempre esteve todo na Copa América: se o mote é ganhar ou ganhar, fica mais seguro conseguir isso com uma defesa experiente e sem experimentações.
Na teoria, claro: no futebol não há certezas.


