Chuteira em seus pés e camisa de futebol vestida, Cristiano Ronaldo é irreparável. Mas, acredite se quiser: a torcida do Real Madrid, em sua cobrança quase que megalomaníaca pela mais alta qualidade aliada a resultados, chegou a vaiar o português em mais de uma ocasião ao longo de suas nove temporadas dentro do Santiago Bernabéu.
O maior artilheiro da história merengue, com 450 gols, deixou a capital espanhola nesta temporada e dá os primeiros passos como jogador da Juventus. Enquanto isso, além de remoer a saída de alguém que era garantia de bolas nas redes (com média de 1.03 tentos nos 438 duelos disputados), os torcedores madridistas não viram um grande craque ser contratado para ocupar a lacuna deixada por CR7.
A camisa 7 foi entregue a Mariano, que mostrou, na vitória por 3 a 0 sobre a Roma, as credenciais de bom atacante ao fazer um golaço no maior estilo de seu antecessor na estreia do Real Madrid nesta edição da Champions League. Mas, como foi muito bem observado pelo goleiro Keylor Navas após a derrota por 1 a 0 para o CSKA, nesta terça-feira (02), é quase impossível ver alguém superar CR7 e seu faro de gols.
"Cristiano Ronaldo colocou o sarrafo muito acima, não é segredo", disse o goleiro costarriquenho.
Mariano deixou o banco de reservas, e em 4 finalizações não acertou nenhuma (Foto: Getty Images)
O questionamento que originou a resposta do guardião madridista vem na esteira de três jogos sem vitórias, nos quais a equipe hoje comandada por Julen Lopetegui não conseguiu fazer nenhum gol. A última vez que isso aconteceu foi no já longínquo 2007, quando o Real Madrid treinado pelo italiano Fabio Capello sofreu derrotas seguidas para Recreativo de Huelva e La Coruña, na liga espanhola, além do empate sem gols contra o Real Bétis em jogo válido pela Copa do Rei.
Ou seja: desde a chegada de Cristiano Ronaldo, em 2009, o Real Madrid não vivia uma seca de gols tão grande. E se os mesmos torcedores madridistas que chegaram a vaiar o português no passado cantaram, em meio à falta de gols no clássico contra Atleti, o nome de CR7, podemos afirmar sem nenhuma dúvida que pela primeira vez a ausência do luso ficou escancarada no Real Madrid.
Getty Images(Foto: Getty Images)
A boa notícia é que ao quebrar o jejum de gols em 2007, o Madrid também não tinha Cristiano. Mas contava com um goleador da mais alta categoria em Ruud van Nistelrooy, que promoveu o reencontro com as redes na vitória simples contra o Zaragoza. Embora não tenha um grande artilheiro, o time de Lopetegui ainda é competitivo. Mas dificilmente será tão espetacular sem o maior artilheiro de sua história.