
A grande motivação que fez o Palmeiras buscar Luiz Felipe Scolari para comandar a equipe foi a sua imagem de “paizão” e “líder de vestiário”. O trabalho de Roger Machado, embora no geral demonstrasse bons números, na prática não agradava – com um time que muitas vezes não passava a força do elenco que tem.
É claro que a direção alviverde poderia ter optado pela saída de Roger antes ou durante a pausa para a Copa do Mundo, já que desde então se tinha a avaliação de que o trabalho do gaúcho de 43 anos não era dos melhores. Acima de tudo, a conclusão era de que o comandante não conseguia ter o controle de suas estrelas.
Por isso, a rejeição da cúpula palmeirense em relação a outros nomes da chamada “nova geração” de técnicos. Assim que Roger saiu, o objetivo era trazer um medalhão: Abel Braga, Vanderlei Luxemburgo e Scolari apareciam como principais candidatos. Todos, consagrados – sendo os dois primeiros os comandantes que mais contabilizam jogos de Brasileirão, por exemplo.
Felipão retorna para a sua terceira passagem no Palmeiras. Técnico campeão da Libertadores em 1999, vice em 2000, Scolari tem uma história tão bonita quanto vitoriosa no Palestra. Mas o seu último capítulo pelo clube levanta as maiores dúvidas. Em 2012, levou uma equipe limitada ao título da Copa do Brasil, mas participou do rebaixamento para a Série B. Os trabalhos pela Seleção, na Copa do 7 a 1, e no Grêmio também não foram dos melhores. Por isso, a passagem vitoriosa no Guangzhou Evergrande, da China, lhe fez bem em um período de tanto descrédito dos brasileiros em relação ao seu trabalho.
Felipão assinou até 2020 (Foto: MAURICIO LIMA/AFP/Getty Images)
Ele volta ao Brasil em busca de diminuir esse descrédito, em uma casa que ele conhece como poucos – por exemplo, historicamente foi quem mais comandou o Verdão em Campeonatos Brasileiros (172 partidas). Isso só acontecerá se os resultados chegarem, como sempre chegaram, em termos de títulos, nas suas outras duas passagens. Hoje, Felipão terá um grupo de jogadores muito melhor ao de 2012.
(Foto: ERNESTO BENAVIDES/AFP/Getty Images)
As maiores dúvidas ficam em como ele se abriu a novos conhecimentos, buscou novas informações para um jogo que se transforma e se renova a cada momento. Mas o Palmeiras não liga tanto para isso. Ciente de que em 2018 tem o time que mais contabilizou vitórias (24, mesmo número do Cruzeiro) e possui o terceiro melhor aproveitamento juntando todos os torneios disputados (65.8%, inferior apenas aos 68.3% do Cruzeiro e 67.5% do Flamengo), a tentativa é de que, por ser a figura que é, Scolari tenha absoluto controle de seu vestiário. Porque existe a confiança de que na qualidade individual este time ainda pode dar os resultados que se espera. E a engrenagem principal que faltava, pelo visto, seria um “paizão” no comando.
Curiosidades
• Em 2018, nenhum time da Série A conquistou mais vitórias do que o Palmeiras (24 em 41 jogos)
• Palmeiras tem o terceiro melhor aproveitamento na temporada 2018: 65.8%
• O Alviverde está nas oitavas de final da Libertadores, quartas da Copa do Brasil e é 7º no Brasileirão


