Já imaginou vencer bonito, com estilo, mas ainda assim ter o rosto molhado por lágrimas de tristeza no final? Se não imaginou, é só ver as imagens dos jogadores do River Plate após a vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras, no duelo de volta da semifinal da Libertadores 2020. O triunfo não foi suficiente para levar os argentinos a mais uma decisão, uma vez que os alviverdes haviam vencido por 3 a 0 na ida e que o VAR observou detalhes que anularam um gol e uma marcação de pênalti que dariam um desfecho bastante diferente ao confronto – já histórico – ocorrido dentro do Allianz Parque.
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O comportamento entre as partes ao término da partida foi bastante respeitoso, em especial entre os técnicos Abel Ferreira e Marcelo Gallardo. Se os jogadores e comandante do Palmeiras por acaso não soubessem, foi como se a instituição estivesse acenando ao River Plate, como que dizendo: “eu sei bem como é esta sensação”. Afinal de contas, décadas atrás o Alviverde foi eliminado em mata-mata de Libertadores em condições bastante parecidas. Uma vitória marcante, mas insuficiente para marcar o que chamamos de virada histórica.
Aconteceu em 1995, no encontro de quartas de final contra o Grêmio. Na ida, o Tricolor Gaúcho treinado por Luiz Felipe Scolari atropelou o time alviverde de Valdir Espinosa: goleada por 5 a 0, o revés mais elástico já sofrido pelos palestrinos no torneio. Arce e Arílson abriram a contagem antes de Jardel fazer o seu hat-trick. No duelo de volta, dentro do Parque Antártica, os gremistas deram a impressão de que teriam uma noite tranquila quando Jardel abriu a contagem. Mas aquele Palmeiras vivia em uma de suas melhores décadas e não abaixou a cabeça.
Cafu, Amaral, Paulo Isidoro, Mancuso e depois Cafu novamente devolveram os cinco gols sofridos. Uma goleada. Quando o último gol da noite foi marcado, já na reta final do encontro, verde foi, mais do que nunca, a cor da esperança. Mas se o futebol entrega sonhos, ele também termina com eles de maneiras particulares. Abruptas. Aquela não seria uma noite de felicidade para os alviverdes, apesar da exibição histórica. A vitória aconteceu, mas o sabor não foi doce. Vinte e seis anos depois, foi o Palmeiras quem sentiu o alívio pela derrota que o levou à final. Ao River, o orgulho pela exibição e o gosto amargo que uma vitória às vezes pode entregar. Futebol...
