Luiz Felipe Scolari voltou ao Palmeiras em 2018 em meio a dúvidas, mas calou os críticos com o título do Brasileirão. Um troféu incontestável: o Verdão teve uma invencibilidade recorde (23 jogos), com melhores defesa (26 gols sofridos) e ataque (64). O número que levantou críticas pouco importava para uma torcida que só queria ter o direito de gritar “é campeão!”: a posse de bola.
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O Palmeiras campeão brasileiro de 2018 terminou com média baixa de posse de bola: 49,5%, número inferior a outros dez times na disputa. Ter pouco menos da metade do tempo com a esfera nos pés ajuda a classificar o estilo de jogo daquela equipe com um dos jargões da moda: reativo. Curiosidade que, desde o retorno de Felipão, o time não consegue reagir quando sofre o primeiro gol.
O assunto voltou à tona na terça-feira (02), após derrota por 1 a 0 para o San Lorenzo. Os Cuervos, longe da melhor fase na temporada argentina, venceram em casa graças ao gol de Herrera. O lateral-direito subiu tranquilamente no campo de ataque alviverde e, com a maior calma do mundo, estufou as redes de Weverton em chute de fora da área. Algo raro na equipe que em 2019 tem uma das melhores defesas na comparação com os demais brasileiros que disputarão a elite na Série A - sofreu sete tentos em 18 duelos, mais apenas na comparação com o Grêmio, que viu suas redes serem balançadas três vezes.
Só não é tão raro quanto uma vitória de virada nesta passagem de Felipão no Palmeiras, uma vez que elas não existiram. O Alviverde de futebol reativo não consegue reagir quando sofre um gol. E ainda que seja difícil vencer a meta palmeirense (apesar da péssima impressão deixada em Buenos Aires), reagir após ver a meta vencida é algo essencial em torneios de mata-mata. Curiosamente, ainda que viesse de resultados negativos nos jogos de ida de Copa do Brasil e Libertadores em 2018, as respectivas eliminações nas semifinais para Cruzeiro e Boca Juniors viram os adversários saírem sempre em vantagem primeiro.
