O Barcelona já estava mergulhado em dívidas, mas a situação é muito pior do que todos imaginavam. Isto porque, o diretor do clube, Ferran Reverter, divulgou em uma auditoria interna que o clube levará, pelo menos, cinco anos para se recuperar da crise econômica.
A diretoria contratou uma empresa especializada em finanças para analisar os gastos do clube. Na auditoria, o clube divulgou que se centrou em cinco vertentes: econômica, patrimonial, desportiva, jurídica e laboral. Isto, em uma tentativa de esclarecer o motivo pelo qual o clube encontra-se praticamente falido.
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O Barcelona anunciou que teve um prejuízo de 481 milhões de euros (aproximadamente R$ 3 bilhões) na última temporada e com pouco mais de 1,1 bilhão de euros (cerca de R$ 7 bilhões) em dívidas. A Goal ainda apurou, que o clube está conduzindo uma nova auditoria, dessa vez, para operações que mais geraram polêmica no Barcelona.
Segundo a nova gestão, que entrou em março após a vitória de Joan Laporta nas eleições, a principal causa desta delicada situação se deve à má gestão do ex-presidente, Josep Maria Bartomeu, que deixou o clube em outubro após um movimento dos sócios da entidade.
"Posso ver que o conselho de Bartomeu fez uma gestão desastrosa", disse ele. Na verdade, Reverter explicou que, se o Barcelona operasse em outro modelo, em março a situação de falência teria significado o fim do clube como um todo.
"Ficamos com patrimônio líquido negativo e nenhum fluxo de caixa. Estávamos com dificuldade para pagar a folha de pagamento", disse o diretor do clube. “Desde abril, o clube não podia continuar operando porque não tinha caixa”, comentou antes de detalhar que as despesas teriam crescido muito mais do que as receitas sem as trocas de alguns jogadores: “As receitas cresceram 30%, enquanto as despesas aumentaram em 55%."
Na verdade, o diretor foi muito claro na hora de avaliar as contratações feitas pela antiga diretoria. "Eles compraram jogadores sem saber se podiam pagar. No caso de Griezmann, na mesma noite em que o contrataram, viram que não havia dinheiro e buscaram um fundo para fazer um 'factoring' (operação financeira)."
Getty Images(Foto: Getty Images)
Um exemplo é Philippe Coutinho, que segundo o novo diretor do clube teve um custo de 16 milhões euros apenas em despesas financeiras.
Além disso, ele explicou as razões pelas quais o clube está agora em uma situação delicada. Um deles são os salários, que passaram de 471 milhões de euros na temporada 2016/17, para 683 milhões de euros um ano depois.
Mais de 200 milhões de euros em uma temporada. E, a partir daí, indo até 822 milhões de euros na temporada 2018/19. Reverter explicou que o clube fez um compromisso em quatro anos para pagar apenas quatro jogadores do time profissional por conta dessas dívidas.
O clube passou de 159 milhões de euros em junho de 2018 para 673 milhões de euros: “Durante dois anos e meio fizeram tudo no crédito, porque o clube não gerou mais de 1 bilhão em receitas”, disse Reverter.
Uma das questões que ele vem planejando há muito tempo é a conversão da entidade em uma sociedade. No entanto, Ferran Reverter negou que esta opção esteja em qualquer momento sobre a mesa.
"Este conselho é muito claro, e eles repetem constantemente para mim, que isso não está em sua agenda. A vantagem que temos é que, se tivermos um plano confiável e as entidades financeiras compram de nós, ficamos menos endividados e revertemos a situação."


