Já eram quatro longos anos fora da Azzurra, mas quando Roberto Mancini finalmente conseguiu que Mario Balotelli voltasse à Itália para os amistosos no fim da temporada contra Arábia Saudita e França, poucos questionavam a presença do atacante do Nice no elenco.
Os dias de “Por que sempre eu?” pareciam ter terminado, com o jogador saindo de uma de suas melhores campanhas na carreira, na qual marcou 18 gols na Ligue 1 e mostrou um nível de maturidade notável, tanto em campo quanto fora dele.
O técnico do clube, Lucien Favre, o fez voltar à sua melhor forma física, enquanto o nascimento de seu segundo filho, Lion, pareceu o ter ajudado a crescer mentalmente aos 27 anos.
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Suas atitudes foram louvadas. Favre estava ciente de que não era perfeito, e pode ter desejado que o atacante fosse um trabalhador mais disposto numa perspectiva defensiva. Mas a má disciplina e a preguiça de Balotelli pareciam ser coisas do passado.
Então, Mancini - um técnico que teve uma relação totalmente mutável com o atacante no passado, pela Internazionale e pelo Manchester City –, que estava disposto a demonstrar fé no italiano e até mesmo torna-lo capitão da Azzurra, pareceu ser a renovação do atacante após passar dificuldades no Liverpool e no Milan, onde fez apenas dois gols ao longo de duas temporadas.
"Nos últimos quatro anos, eu fiz um detox", disse Mancini rindo, ao relembrar do jogador. "Brincadeiras à parte, achei que ele está aberto e com desejo de trabalhar. Depois, como sempre disse, o resto depende dele e do que acontece na sua cabeça".
Todos os clubes italianos foram citados pelo empresário de Balotelli, Mino Raiola, como interessados, como Juventus, Roma e Inter. O Napoli, entretanto, parecia ser o destino mais provável, mas foi o Olympique Marseille que acabou levando a sorte.
De qualquer forma, no final de maio deste ano, Balotelli admitiu: "Para ser honesto, eu não sei nada sobre meu futuro". E após mais de dois meses, parece que a situação continua a mesma.
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As notícias que vieram em julho diziam que Balotelli havia feito um acordo com o Olympique Marseille, recusando uma transferência para a Superliga Chinesa, que lhe ofereceu um acordo de 30 milhões de euros por ano (cerca de R$ 128,7 milhões).
Ao invés disso, o acordo de dois anos com o clube do Stade Velodrome estava aparentemente confirmado. Mas quando todos esperavam que a negociação fosse oficialmente ratificada, só houve silêncio.
Neste meio tempo, Balotelli – que irritou o Nice por falhas de horários nos treinos na pré-temporada, sob o comando do novo técnico Patrick Vieira – encontrou-se em estado de limbo, sendo publicamente criticado em uma carta aberta feita por um dos grupos Ultras do clube.
Ele está de volta aos treinos, embora trabalhando longe da equipe principal. Em seu Instagram, Balotelli postou vídeos treinando com Desmond N’Ze, um zagueiro de Gana que esteve em atividade em 2014, jogando pelas ligas mais baixas japonesas, com o Fujieda MYFC. Algo que os clubes de alto nível dificilmente buscam como preparação.
A cada dia que passa, é mais um dia que o italiano terá que trabalhar o dobro para compensar o seu eventual retorno à competições, seja qual for o clube.
A causa raiz do problema parece ser uma disputa por seu contrato. Raiola declarou que foi expirado no ano passado, enquanto o Nice insiste que ainda tem um ano para cumprir. Sendo assim, uma taxa de transferência é cobrada por seus serviços.
O que é evidente, no entanto, é que sua situação atual não está ajudando ninguém. Muito menos Balotelli. Sua carreira voltou aos trilhos no final da última temporada. À medida que o novo rumo se aproxima, porém, ele parece estar prestes a sair dos trilhos novamente.




