Erling Haaland Timo Werner Kevin Kampl Dortmund RB Leipzig Ballboy BundesligaGetty/Goal

O que a volta da Bundesliga mostra como exemplo para o resto do mundo

Após mais de dois meses de paralisação, o futebol está de volta. É verdade que a Bundesliga voltou diferente, com arquibancadas vazias, menos intensidade dentro de campo - com jogos em ritmo de pré-temporada algumas vezes - e com protocolos de higiene e distanciamento que mudam algumas tradições do esporte.

Os times não entraram em campo juntos, não houve foto oficial e os jogadores tiveram que comemorar os gols sozinhos, sem contato com seus companheiros. No banco de reservas, os substitutos sentaram a 1,5m de distância e estavam usando máscaras. 

No jogo do Borussia Dortmund, “You’ll never walk alone” tocou sem o coro dos torcedores apaixonados acompanhando e o muro amarelo sempre tão intimidador não pôde ser visto.

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Mas apesar de tantas diferenças, algumas coisas não mudaram. Na primeira bola que apareceu para Haaland dentro da área, o gol saiu. Não foi surpresa o norueguês ter sido o primeiro jogador a balançar as redes depois de mais de dois meses sem gols pela Europa.

Esse foi o 13º gol do jovem de 19 anos em 12 partidas pelo Dortmund. Na comemoração, desta vez, não houve meditação, apenas uma dança discreta mantendo distância dos companheiros.

O Borussia parecia não sentir tanto a falta de ritmo e rapidamente abriu 4x0 no placar, com dois gols de Guerreiro e um de Thorgan Hazard para dar números finais ao jogo. Mas os primeiros jogos da rodada também mostraram que as lesões terão destaque especial após mais de dois meses sem futebol. Ainda no primeiro tempo, Todibo sentiu e teve que ser substituído. O mesmo aconteceu com Hazard no segundo tempo.

Após o fim da partida, os jogadores do Borussia se reuniram no gramado, respeitando o distanciamento, para agradecer aos poucos funcionários que estiveram presentes no estádio e fizeram com que a realização da partida fosse possível. 

É claro que com a volta do futebol todas as atenções se voltarão para a Bundesliga, mas não apenas esportivamente. O campeonato alemão agora servirá de modelo para as outras ligas do mundo. Se o contágio entre os atletas puder ser contido com o protocolo de higiene, o modelo será positivo e seguido. Mas se o novo coronavírus se espalhar entre os envolvidos nas partidas, mostrará que a volta do esporte foi prematura.

O fato é que, em algum momento, alguém teria que tentar. A Alemanha, que foi um dos países com maior sucesso no controle do novo coronavírus, julgou que o momento já era apropriado. E só o tempo mostrará se isso é verdade ou não. 

Mas pelo menos por um final de semana, foi bom para os amantes do futebol poder voltar a analisar esquemas táticos ao invés de olhar apenas para taxas e curvas de infecção.

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