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O Ba-Vi que está por trás do caos do São Paulo

Em carta aberta publicada nas suas redes sociais, o goleiro Jean, do São Paulo, pediu desculpas por ter deixado o CT do clube na última segunda-feira (18). Mas também decretou guerra contra Vagner Mancini, treinador interino do Tricolor enquanto Cuca não assume a equipe: disse que é tratado de forma diferente dos outros e indicou que o motivo está na rivalidade entre Bahia e Vitória, na época em que atleta e treinador estavam em lados opostos.

“É bom explicar que desde a sua chegada ao São Paulo, Mancini não me trata da mesma forma que todo o restante do grupo de jogadores, motivado por uma rivalidade nos clubes em que trabalhamos anteriormente. Quando ele foi colocado na posição de técnico, mesmo tendo prometido que não assumiria esta posição, eu já sabia que eu começaria a ser renegado e dificilmente poderia entrar em campo, fazer meu papel e ajudar o São Paulo da melhor forma possível”, escreveu Jean, antes de Mancini negar as acusações.

Jean foi titular apenas em um Ba-Vi contra Vagner Mancini. Foi em 2017, na vitória por 2 a 1 do Bahia em jogo válido pela 30ª rodada do Brasileirão. Mas o clássico que pode ter marcado o início das animosidades em relação ao treinador foi em 2016, na decisão do Campeonato Baiano. Mesmo no banco de reservas, o goleiro protagonizou briga com um médico do Vitória e recebeu o cartão vermelho na saída para o intervalo. No final das contas, o Rubro-Negro conquistou o título mesmo com a derrota por 1 a 0. Mancini foi um dos mais exaltados naquela conquista.

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Diante das coisas que li, vi e que chegaram até mim via imprensa nos últimos dias, gostaria de esclarecer e dizer a verdade sobre alguns pontos referente ao ocorrido na última segunda-feira. Antes de mais nada, reconheço o meu erro ao ter deixado o campo de treinamento após o ocorrido e me desculpar publicamente com a instituição São Paulo Futebol Clube, meus companheiros de time e, principalmente, os torcedores são-paulinos. Respeito muito este clube e ajo de forma profissional desde o dia em que cheguei aqui. Na segunda-feira, em conversa com todo o grupo de jogadores, o técnico interino Vágner Mancini, se dirigiu a todo o grupo e apontou que eu, mesmo sem ter atuado, era um dos grandes responsáveis pela derrota do São Paulo no clássico contra o Palmeiras, no último fim de semana. Em nenhum momento fui cobrado em quesitos técnicos e táticos, já que nem em campo eu estava. Segundo ele, o motivo era que eu, ao término do jogo, fui tomar banho. Quando o jogo terminou, eu e cerca de sete ou oito jogadores fomos para os chuveiros (alguns inclusive que haviam participado do jogo), fato absolutamente rotineiro. Neste meio tempo, alguns atletas chamaram a reza final no vestiário. Saí do chuveiro prontamente e fui para o “fechamento”, como chamamos. Cheguei, inclusive, antes de outros jogadores para participar da roda e da última conversa. Mas, na segunda, no CT, fui cobrado de forma individual por ter ido tomar banho ao chegar no vestiário, o que não fez nenhum sentido para mim. É bom explicar que desde a sua chegada ao São Paulo, Mancini não me trata da mesma forma que todo o restante do grupo de jogadores, motivado por uma rivalidade nos clubes em que trabalhamos anteriormente. Quando ele foi colocado na posição de técnico, mesmo tendo prometido que não assumiria esta posição, eu já sabia que eu começaria a ser renegado e dificilmente poderia entrar em campo, fazer meu papel e ajudar o São Paulo da melhor forma possível. Ainda assim continuei trabalhando e dando meu melhor nos treinos, como é minha obrigação... (Continua nos comentários)

Uma publicação compartilhada por Jean Paulo Fernandes Filho (@goleirojean95) em

Jean é muito identificado com o Bahia, clube que o revelou para o futebol. Inclusive, a rivalidade com o Vitória já havia custado caro ao São Paulo: em 2018, o goleiro já estava no Tricolor do Morumbi quando recebeu um cartão vermelho após triunfo por 1 a 0 contra os seus rivais em duelo válido pelo Campeonato Brasileiro. O treinador do Leão, na época, era Paulo César Carpegiani.

Do outro lado, a identificação de Mancini com o Vitória também é muito forte. Apesar de a Copa do Brasil de 2005, quando comandava o Paulista, ser o título mais emblemático de sua carreira à beira do gramado, o Vitória foi o clube onde o comandante mais acumulou jogos (142), triunfos (64) e no qual foi mais vezes campeão - justamente o estadual de 2016 e outro anos antes, em 2008.

No total, Jean e Mancini disputaram entre si cinco BaVi’s. O goleiro esteve como opção no banco de reservas em quatro deles: Vitória 4x1 (Série B, 2015), Vitória 2x0 (Baiano, 2016), Vitória 2x0 (Baiano, 2016), Bahia 1x0 (Baiano, 2017 – jogo da expulsão do goleiro e título rubro-negro), Bahia 2x1 (Jean titular em jogo do Brasileirão 2017).

Jean acumula as piores lembranças nos confrontos que teve com Vagner Mancini, e isso deve continuar no Morumbi. Após o desentendimento, o goleiro foi afastado do elenco principal e multado pelo clube. Nunca um BaVi repercutiu tanto em um outro clube que não fosse os gigantes da Boa Terra.

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