Quando o Grêmio anunciou a contratação de Thiago Neves para esta temporada 2020, a maior parte da torcida tricolor ficou entre a revolta e a desconfiança: a primeira sensação foi motivada pela lembrança de uma provocação direta feita pelo meia, após uma eliminação de Copa do Brasil quando Thiago estava a caminho de um título com o Cruzeiro; a segunda foi pelo futebol e postura extracampo demonstrada no rebaixamento da equipe mineira – que colocou em xeque até o seu legado pela Raposa. E após a derrota por 2 a 1 dos gaúchos para o Sport Recife, pela sétima rodada do Brasileirão, os gremistas só reforçaram esta sensação sobre o seu camisa 10.
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Em 14 jogos disputados até agora, o meia de 35 anos não conseguiu um lugar entre os titulares e nem mesmo se colocar como um reserva daqueles “que pode mudar um jogo”. Thiago fez apenas um gol – sobre o São Luiz, no Campeonato Gaúcho – e só: nem mesmo uma assistência ou a esperança de que pudesse queimar a língua dos gremistas que desde o início o criticaram. E olha que ele tinha até em quem se espelhar, uma vez que Diego Souza também chegou desacreditado antes de se transformar no artilheiro do Tricolor nesta atual temporada. Mas talvez o ponto negativo tenha acontecido mesmo diante do Sport, neste 3 de setembro.
Pela primeira vez em cinco jogos neste Brasileirão, Thiago Neves começou entre os titulares. Até arriscou finalizações – quatro no total – mas errou todas e não conseguiu ser a peça criativa que, de 2018 para trás, um dia já foi. A imagem de mais uma exibição ruim é retratada pela melhora no ataque gremista após a sua saída, aos 64 minutos.
Ainda que o Grêmio tenha sofrido o segundo gol da noite – em pênalti cometido após contra-ataque encaixado pelos pernambucanos – o time de Renato Portaluppi conseguiu ter chances melhores sem Thiago Neves em campo. E quando conseguiu diminuir, com gol de Pepe, a assistência de Robinho também apareceu para assombrar a percepção do que vem sendo o camisa 10 deste Grêmio.
Robinho, afinal de contas, também veio do Cruzeiro após o rebaixamento inédito – e inesperado – da equipe mineira. O meia, de 32 anos, só havia entrado nos minutos finais da vitória por 2 a 0 sobre o Caxias, na ida da final do Gauchão. E com os cerca de 15 minutos que teve contra o Sport, em sua estreia neste Campeonato Brasileiro, fez mais do que Thiago.
Nem mesmo na comparação consigo mesmo Thiago Neves consegue levantar algum argumento favorável para convencer o torcedor gremista. Segundo dados levantados junto à Opta Sports, o seu desempenho em campo está conseguindo ser abaixo até mesmo do que o apresentado no ano do rebaixamento cruzeirense.
Com a camisa tricolor, e considerando a média de ações por 90 minutos, Thiago Neves cria menos (0.6 a 1.5), finaliza menos a gol (0.4 a 1) e toca menos na bola (29.4 a 54) do que fez pelo Cruzeiro em 2019 – levando em conta todas as competições. E segue com um gol, nenhuma assistência e muitas críticas.
Com a derrota por 2 a 1, o Grêmio se mantém com 7 pontos e está em 16º - uma posição acima da zona de rebaixamento, de onde o Sport saiu tendo a mesma pontuação.