Com uma atitude corajosa e tardia, Flamengo fez o que deveria ter feito ao fim de 2017: mudou todo seu departamento de futebol. Só restaram, agora, os contratados no começo do ano. O ato, que já era ventilado há alguns meses nos bastidores do Rubro-Negro, teve como grande pivô o vice-presidente de futebol Ricardo Lomba, que assumiu o leme de um Titanic e o evitou de bater no iceberg.
Internamente, Lomba ganhou muita força com a atitude e agora o novo treinador estará dentro de um perfil.
Lomba teve a atitude que faltou ao Bandeira de Mello nos últimos dois anos. Mesmo enfraquecido politicamente com as demissões em massa desta quinta-feira, 29, Bandeira viu o ocorrido como a última solução para salvar seu mandato.
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(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo/Divulgação)
Mas tem outra coisa: eleições. O presidente do Flamengo pretende concorrer a Deputado Federal e não quer mais vexames. Agora pode ter acertado por conta de terceiros.
O erro está em, pela quarta vez na sua gestão, consertar o avião em voo. Desde a virada do ano eram exigidas, por diversas correntes do clube, mudanças radicais. Declinaram. Sem Rueda, que foi pro Chile, mais um passo em falso: sem nenhum planejamento, Carpegiani foi efetivado para dar uma resposta (ele não teria tal função) e não parecer que não sabiam o que fazer.
Foi mais uma das muitas contratações de treinador sem filosofia, por gritaria política e pressão da torcida.
Agora, sendo cobrado pelo presidente e torcedores, Lomba partiu pro ataque e fez o que ninguém tinha coragem de fazer: demissão de toda a estrutura falida do futebol do Flamengo. Ao fazer isso, Ricardo tirou figuras que davam base política ao Bandeira, como Jayme de Almeida, amigo pessoal do presidente, e Rodrigo Caetano, que agradava diretores internamente.
Getty ImagesNome do ex-Sevilla Eduardo Berizzo ganha força internamente (Foto: Getty Images)
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E Lomba ganha força. Independente de quem vier, os gestores precisam colocar uma coisa na cabeça: filosofia.
O novo comandante do time precisa ter ideias, características e que não repitam os mesmos erros.
O clube precisa buscar um técnico que tenha filosofia e aposte nas ideia dele. Cuca, Felipão e afins são o anti-Flamengo. Tudo que se questiona atualmente, eles trariam, como estilos ultrapassados e temperamentos que mais atrapalham ao invés de ajudar.
Os favoritos são Eduardo Berizzo, recém saído do Sevilla, e até mesmo efetivação do Maurício Souza, do Sub-20.
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Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas. |


