Neymar não joga mais nesta temporada de futebol europeu pelo PSG. A lesão no tornozelo, sofrida contra o Lille, marca mais uma campanha sua abreviada por causa de problemas físicos. Desta forma, pela terceira vez em três de seus seis anos na França, o brasileiro vai desfalcar o seu time no mata-mata da Champions League. A competição para a qual ele chegou, como maior contratação da história do futebol, para conquistar e se consagrar como grande estrela no disputado cenário do futebol europeu. Pois nem o Paris tem a sua Champions, e nem o brasileiro conseguiu, nos gramados europeus, o protagonismo absoluto que o fez trocar Barcelona pela Cidade Luz.
O Paris Saint-Germain ainda terá muitos anos para tentar a sua tão sonhada Champions, mas o tempo começa a se apresentar como um grande inimigo das aspirações de Neymar pelo clube francês. Aos 31 anos, o camisa 10 já começa a se despedir do período que, costumeiramente, marca o auge esportivo dos atletas e ainda tem o agravante do histórico de lesões que o assombra desde sua chegada à França, em 2017. E se a busca pelo protagonismo, que era de Messi em seus vitoriosos tempos no Barça, foi um dos motivos que o levou a Paris, é impossível não questionar: Neymar ainda conseguirá, enfim, ser um grande protagonista do futebol europeu?
Por grande protagonista, entenda-se “candidato a melhor do mundo” pelos feitos apresentados em campo. Quando estava no Barcelona, Neymar mostrou ao planeta bola que estava na prateleira dos grandes craques mundiais em uma época ainda de auge para Messi e Cristiano Ronaldo, mas não era o protagonista de seu time. Acontece que o período como grande estrela do time francês durou pouco, pois coincidiu com a ascensão de Kylian Mbappé.
(C)Getty ImagesMbappé rapidamente passou a dividir os holofotes do PSG com Neymar, depois se transformou no símbolo do time e recentemente tornou-se o maior artilheiro de toda a história do clube. Tudo isso com apenas 24 anos. Lionel Messi, que chegou a Paris na temporada passada, ainda não é o jogador que vimos no Barcelona ou na Copa do Mundo de 2022 pela Argentina, mas é Lionel Messi e não sofre tantas lesões quanto Neymar. Ou seja: fora de ação, vitimado por recorrentes problemas físicos e cada vez mais velho, Neymar vê o tempo diminuir o seu espaço de oportunidades na missão de conseguir o protagonismo absoluto que ainda busca no Velho Continente.
Até na seleção brasileira os sinais de que Neymar não é mais o grande nome da equipe começam a ser dados, em meio à ascensão de Vinícius Júnior no Real Madrid. Será que o grande símbolo do futebol brasileiro após o Penta de 2002 não vai conseguir ter o tamanho que esperava no futebol europeu? “Voltarei mais forte”, escreveu o craque em suas redes sociais após a notícia de que terá que passar por mais uma cirurgia. Enquanto Neymar estiver, mais uma vez, longe dos gramados, se recuperando, o relógio não vai parar. E a pergunta é simples: ainda dá tempo?
