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Nathanael Mbuku ReimsGetty/Goal

Nathanael Mbuku: a joia francesa da cidade de Reims

Por mais que a cidade de Reims tenha sido duas vezes finalista da Liga dos Campeões nos anos 50, ela acabou ficando mais conhecida fora da França por seu status como capital do champanhe do que pelo seu time de futebol.

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Desde da época que a equipe disputava títulos com o Real Madrid, o Reims se tornou um clube "ioiô", revezando entre as duas primeiras divisões francesas. Além disso, sofreram com uma falência nos anos 90, que os levaram a ter que subir de volta das divisões amadoras até a Ligue 1.

Agora estabelecidos na Ligue 1 e vindo de uma sexta colocação na última temporada, jogaram seu primeiro jogo por uma competição europeia desde 1963 no começo da atual campanha.

O que faz suas conquistas ficarem ainda melhores para a torcida é que o Reims está começando a obter uma reputação de produzirem jogadores na base que conseguiriam rivalizar com os produtos que saem de seus vinhedos.

A estrela Boulaye Dia parece destinada para a Premier League, com Arsenal, West Ham e Newcastle interessados em seu futebol, enquanto o atacante de 19 anos El Bilal Touré também vai tendo um começo arrasador em sua carreira profissional.

O mais especial dos jovens dessa geração, porém, parece ser o ponta Nathanael Mbuku, um garoto que já mostrou seu talento no futebol de seleções e no time titular do Reims.

Tendo feito sua estreia como profissional no primeiro jogo da temporada 2019-20, o jogador de 18 anos teve que esperar 14 meses para balançar as redes pela primeira vez na Ligue 1. E valeu a espera.

Com o Reims vencendo por 2 a 0 e tendo um jogador a mais diante do Montpellier, em outubro, Mbuku se antecipou à defesa do rival, dentro da área, e acertou um belo gol do bicicleta para decidir o jogo de uma vez por todas.

Permanece sendo o melhor momento de jovem carreira que muitos acreditam que vai chegar até o topo do mundo.

Nascido no subúrbio parisiense de Villeneuve-Saint-Georges, Mbuku rodou por um grande número de times semiprofissionais e amadores na capital antes de chegar ao Reims em 2017 com 15 anos de idade.

"Eu era uma criança feliz que se alegrava com a vida," o jovem contou à France Football em 2019. "Eu tive que forçar meu pai a me deixar jogar futebol. Eu falei nos seus ouvidos: 'papai, me inscreva em um time de futebol'."

"Ele disse: 'OK, com uma condição: mantenha uma boa média na escola.' Eu me esforcei ao máximo na escola e ele me inscreveu no time. Isso me surpreendeu. Eu fiquei muito feliz naquele dia."

Tendo sua vontade feita, Mbuku vem impressionando desde então, com seu poder de finalização, dribles, velocidade e aceleração.

Foi contra o Olympique de Marselha, em agosto de 2019, que ele estreou nos profissionais, com o treinador do Reims, David Guion, o colocando em campo aos 73 minutos no tradicional Stade Velodrome.

"Quando nós estávamos aquecendo, eu só ficava olhando para o estádio," relembrou para a Telefoot. "Meus companheiros estavam me zoando porque já haviam jogado lá, mas eu estava o descobrindo, e era lindo."

"Perto dos 60 minutos, o treinador me mandou aquecer e disse: 'você tem dois minutos'. Aí eu percebi que ia estrear no Velodrome - foi maravilhoso."

Mbuku continuou sendo utilizado como reserva no começo da temporada até estrear como titular em uma já antológica vitória por 2 a 0, fora da casa, sobre o poderoso PSG.

Foi enquanto estava com a França na Copa do Mundo Sub-17, em novembro de 2019, porém, que seu talento começou a aparecer, com o ponta marcando cinco gols em seis jogos - incluindo um hat-trick contra a Austrália nas oitavas de final -, ao passo que a equipe comandada por Jean-Claude Giutini terminou com a medalha de bronze no Brasil.

Foi o suficiente para o jovem ser o vice-artilheiro do torneio, atrás apenas de Sontie Hansen (atacante do Ajax e da Holanda), com Ronaldo Fenômeno lhe dando o troféu na cerimônia da final.

"A competição foi incrível, especialmente no Brasil, o país do futebol." Mbuku contou a France Football. "Eu voltei cheio de sonhos, cheio de memórias felizes."

"Conhecer Ronaldo? Foi um sonho de infância realizada. Uma emoção indescritível. Ele não era qualquer um. Era meu ídolo quando eu era mais garoto."

Retornou ao Reims, então, e ganhou mais minutos no time profissional antes do final prematuro da temporada do futebol francês devido à pandemia do coronavírus. Assim, ganhou um novo contrato, que o manterá no Reims até 2023.

Mbuku ficou no banco por seis das sete primeiras partidas da atual temporada, mas ganhou um espaço no time titular diante do PSG no final de setembro e não saiu mais, tendo começado o jogo em sete das 11 partidas do clube na Ligue 1 desde então.

Nathanael Mbuku Reims GFXGetty/Goal

"Por três semanas, ou uma mês, ele vem sendo o melhor nos treinos, sem dúvidas," contou Guion a repórteres após o gol de bicicleta do jogador diante do Montpellier. "Ele merece tudo. Se dedica ao máximo nos treinos, que é onde você ganha seu lugar em campo."

"Eu o critiquei, sim, pela falta de eficiência em suas ações, mas ele já vem evoluindo nisso. Nós vemos ele se dedicar nos treinamentos, não estamos surpresos em seu progresso."

"Ele consegue desestabilisar qualquer defensor, por dentro ou por fora do campo. Um jogador jovem que merece um olhar especial e precisa continuar trabalhando."

E se Mbuku continuar trabalhando, o céu é o limite para provavelmente o jovem mais talentoso a ser revelado pelo Reims em décadas.

Uma joia em todo o sentido da palavra.

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