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GFX Ronaldo antes e depoisGetty/Goal

Na Juventus, Cristiano Ronaldo mantém velha receita para triunfar na Champions League

No último final de semana a Juventus tinha um grande clássico, contra o Milan, e poderia garantir matematicamente o título da Serie A italiana se, aliado à vitória sobre os Rossoneri, o Napoli fosse derrotado pelo Genoa. Em meio a tudo isso, Cristiano Ronaldo estava irreconhecivelmente sereno e curtindo a família.

Um dos jogadores mais “fominhas” do mundo, apenas comemorando fora de campo o triunfo por 2 a 1 sobre o Milan e lamentando o empate do Napoli no domingo (07), que adiou um pouco a iminente conquista do Scudetto. É possível imaginar que se não fosse a lesão muscular na coxa, sentida em duelo pela seleção portuguesa contra a Sérvia, pelas Eliminatórias da Euro 2020, o camisa 7 estivesse em campo pela Juve. Mas a sua tranquilidade em meio a esta impossibilidade já não impressiona tanto.

Afinal de contas, foi poupando o seu corpo que CR7 atingiu o auge de seu futebol nas retas finais das últimas temporadas. Uma lição que o português aprendeu sob o comando de Zinedine Zidane ainda no Real Madrid, quando encaminhava-se para a primeira das três conquistas seguidas dos Blancos na Champions League.

“Se me ouvir, aceitar descansar de vez em quando, ficando fora de alguns jogos, e se confiar em mim, então vou prolongar a sua carreira em vários anos”, disse Zizou a CR7, segundo publicação do jornal francês L’Equipe.

Zidane começou a pensar na difícil possibilidade de fazer Cristiano Ronaldo aceitar ficar de fora dos jogos menos importantes do Real Madrid em 2016. Naquela temporada, em meio à obsessão por estar presente em todas as partidas e quebrar qualquer tipo de recorde, ainda mais na disputa pessoal com Lionel Messi, CR7 acabou vendo o seu físico desgastado.

Sem as melhores condições ideais, ficou de fora do jogo de volta contra o Manchester City, na semifinal da Champions League, e na decisão contra o Atlético de Madrid esteve longe da sua habitual intensidade, apesar de ter conseguido ficar no gramado tempo suficiente para bater o último pênalti na disputa alternada que lhe deu mais um título europeu. Um mês depois, o físico do jogador, então com 31 anos, pediu arrego justamente quando CR7 menos esperava: a final da Eurocopa de 2016. Foi como um espectador que o camisa 7 celebrou a histórica conquista de Portugal, garantida graças a um gol fortuito do desconhecido Éder contra a poderosa França.

Cristiano Ronaldo Real Madrid Champions League 2017Getty Images Título de 2017, conquistado com 10 gols no mata-mata (Foto: Getty Images)

Na temporada seguinte, Cristiano Ronaldo aceitou o conselho de Zidane e passou a dosar a sua fome de bola. Especialmente no primeiro semestre, em meio à fase de grupos da Champions League. Diminuiu em 166 minutos o seu tempo nos gramados e foi mais vezes substituído durante os jogos. Terminou aquela temporada 2016-17 com 10 gols marcados no mata-mata da Champions League, incluindo dois na decisão e o bicampeonato para o Real Madrid. Um ano depois, diminuiu ainda mais a ‘minutagem’ e foi mais vezes substituído. Resultado final: seis gols a partir das oitavas de final e o Tri que marcou sua despedida do futebol espanhol.

Em sua primeira temporada com a camisa da Juventus, a primeira impressão é de que Cristiano Ronaldo voltou a jogar mais vezes do que antes. Até o momento foram 36 jogos pelo seu clube, apenas um a mais em relação ao que o atacante havia feito naquele desgastante 2015-16 pelo Real Madrid. A diferença, no entanto, está em suas participações com a seleção portuguesa: desde o primeiro momento em que vestiu a camisa alvinegra do time italiano, CR7 defendeu Portugal somente duas vezes. Após a Copa do Mundo, deixou até mesmo de participar da UEFA Nations League com o intuito de  não apenas evitar o desgastar físico. Ele também precisava se entrosar com os novos companheiros.

A estratégia parece seguir dando certo, apesar do péssimo início na fase de grupos da Champions League – com apenas um gol marcado e um cartão vermelho recebido. Cristiano seguiu fazendo os seus gols na Serie A italiana, mas quando o mata-mata da Champions League começou, voltou a aprontar das suas ao aniquilar um favorito Atlético de Madrid, que viajou para a Itália cheio de confiança após vencer por 2 a 0 no primeiro jogo. Em Turim, CR7 fez todos os gols do 3 a 0 que colocou a Velha Senhora nas quartas de final.

"Calma... eu tô aqui!" - Ronaldo poupa suas energias

TemporadaMinutos em campoSubstituído
2018-193016 (e contando)2
2017-1836737
2016-1741266
2015-1642923
Juventus pode disputar ainda cerca de 1.170 minutos se chegar até a decisão da Champions

Se a Juventus garantir vaga na final desta Champions League, terá mais 12 compromissos até o final do ano. Hoje Cristiano soma 3016 minutos em campo pela equipe italiana, e mesmo se for titular em todos estes compromissos não vai ultrapassar o limite estipulado na reta final de 2016 e 2017. O mais provável, no entanto, é que o camisa 7 comece a dosar até mais as suas participações. Especialmente com o título italiano praticamente garantido. O ‘Robozão’, como também é chamado, sabe que não é uma máquina aos seus 34 anos. Mas conhece os atalhos para tirar o melhor de si.

Recuperado da lesão na coxa, Cristiano Ronaldo será titular contra o Ajax nesta quarta-feira (10), no primeiro jogo entre as equipes na busca de um lugar na semifinal europeia. A espera e tranquilidade com o fato de perder alguns jogos quando a Champions League está em jogo poderão, mais uma vez, valer a pena para o gajo.

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