A forma como foi contratado pelo Barcelona por € 40 milhões de euros há um ano fez com que Malcom chegasse ao Camp Nou repleto de expectativa: pelos 20 gols e 12 assistências somados em duas temporadas e meia na Ligue 1 francesa, pelo Bordeaux, mas também pelo fato de os catalães terem atravessado a Roma nos últimos minutos para garantirem sua ida ao clube.
Vestindo a camisa blaugrana, foi decisivo em semifinal de Copa do Rei ao fazer um gol justamente sobre o Real Madrid no caminho rumo ao título e também carimbou a classificação dos catalães para o mata-mata da Champions League ao estufar as redes do mítico San Siro contra a Internazionale de Milão. A curiosidade é que os resultados, apesar de positivos pelas circunstâncias, foram o mesmo: 1 a 1. E apesar de ter demonstrado talento nas poucas 11 vezes em que foi titular, não foi o bastante para seguir no Camp Nou. Após uma única temporada, contudo, ao menos deixou o clube como uma das cinco vendas mais caras.
Agora no Zenit, contudo, Malcom trouxe consigo na bagagem a sensação de dever cumprido em sua temporada no Barcelona, ciente de que gols, como os marcados sobre Real Madrid e Inter de Milão, ficaram na memória dos torcedores: “Gols importantes deixam você na memória do torcedor, eu sempre me esforcei para jogar bem e contribuir para minha equipe, é assim que você constrói uma carreira”, disse com exclusividade para a Goal.
Levou, também, o privilégio de ter atuado e treinado ao lado de Lionel Messi: “o Messi é, além de um excepcional jogador, uma ótima pessoa, ótimo companheiro e um cara muito do bem. Tem uma relação de muito respeito por todo mundo, tivemos uma ótima convivência. E é um craque, merece o sucesso que tem”, opinou.

No Barcelona, Malcom fez questão de tentar demonstrar a sua entrega – um ímpeto que carrega consigo desde os tempos em que atuava no Corinthians: “É deixar no campo todo suor e dedicação, a torcida respeita você quando sabe que você se dedica. Jogar bem lógico que é importante, mas também conta sua dedicação. Joguei no Corinthians e sei que o torcedor corintiano me respeita porque quando entrei em campo deixei o máximo lá e quando vou ao Brasil percebo isso. Na rua, encontro os torcedores e eles me falam 'você honrou nossa camisa'. Até os torcedores das outras equipes sabem que você veste a camisa e faz o melhor que pode, isso é o que conta, mostra respeito pelo seu trabalho e pelo torcedor”.
“Eu procurei e me esforcei ao máximo, em um clube como o Barcelona você tem que estar sempre preparado e toda a vez que fui chamado para jogar dei o máximo. O futebol é assim, você tem que aproveitar as chances, o Zenit fez um grande esforço para me contratar e fez uma proposta muito boa, tenho certeza que isso foi importante para que houvesse a negociação. Fui muito feliz no Barcelona e tenho certeza que serei muito feliz aqui no Zenit”, projetou.
Maior contratação já realizada pela equipe russa, o brasileiro chegou com grande expectativa, mas já em seu primeiro jogo foi vítima de injúrias raciais por parte da torcida. Sobre isso, e os objetivos para o futuro, Malcom fala na segunda parte da entrevista, que será publicada nesta quinta-feira (22).




