Lucas Paquetà Milan Napoli Serie AGetty Images

Mais recuado, Paquetá tem sido um jogador completo no Milan

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Lucas Paquetá chegou ao Milan e em sua primeira semana ganhou elogios do técnico Gennaro Gattuso, que o escalou sempre como titular desde então. Na última terça-feira (29), na vitória por 2 a 0 sobre o Napoli, que levou os Rossoneri às semifinais da Coppa Italia, o brasileiro fez a sua quinta partida e pôde comemorar a sua primeira assistência pelo time italiano.

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O grande destaque foi o atacante Krzysztof Piatek, autor dos gols. No segundo, chama atenção a facilidade para encontrar um espaço aparentemente inexistente para acertar um belíssimo chute nas redes do goleiro. Mas vale destacar também o passe dado por Paquetá, que pressionado na linha lateral conseguiu fazer o lançamento para o jovem goleador polonês – sensação nesta temporada de futebol italiano.

Sob os olhos de Sylvinho, assistente de Tite, que esteve presente ao San Siro, Paquetá deu o primeiro passe para gol justamente na partida em que mais brilhou defensivamente desde que chegou ao Milan. Recuperou a bola sete vezes e desarmou o adversário duas. Nesta nova etapa, o meio-campista tem desempenhado uma função um pouco mais defensiva do que fazia no Flamengo.

Em 2018, Paquetá atuou muitas vezes pelo lado esquerdo em um 4-2-3-1 do Flamengo, mas também esteve centralizado e rodava boa parte do campo no 4-1-4-1. Tinha mais liberdade para avançar no campo de ataque. O que mais vem impressionando neste início na Itália tem sido a leitura dos espaços e a energia para correr boa parte do campo: inteligência tática aliada a um excelente preparo físico.

Não à toa o treinador milanês disse que o ex-jogador do Clube da Gávea chegou taticamente “muito mais pronto do que Kaká”, citando o antigo companheiro daquele último grande momento do clube italiano.

Mas na comparação com Kaká, Paquetá tem um papel muito diferente até aqui. Se o melhor do mundo em 2007 era um meia com grande explosão física que chegava na área quase como um atacante, Lucas hoje é um meio-campista puro. E passou a maior parte dos compromissos com a nova camisa no campo de defesa, com energia de um menino e futebol de gente grande.

Kaká é Kaká, Paquetá é Paquetá. A comparação existe pela idade em que ambos chegaram ao San Siro, mas o que importa para o clube é que o Milan volte a ser Milan.

Foram apenas cinco jogos, mas Lucas Paquetá tem dado mostras de uma adaptação rápida e um futebol completo para alguém de sua posição. E como também conta com a admiração de Tite, passa a ser figura ainda mais forte para integrar as futuras convocações do Brasil. Tem feito por merecer.

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