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Maguire chega ao United como o zagueiro que faltava ao clube no pós-Ferguson

O Manchester United anunciou Harry Maguire nesta segunda-feira (05). Aos 26 anos, o inglês já chegou fazendo história: os 87 milhões de euros, pagos pelos Red Devils para tirá-lo do Leicester, o transformaram no defensor mais caro de todos os tempos. Destaque da Inglaterra semifinalista na Copa do Mundo de 2018, ele também traz consigo uma pequena esperança de que o clube de Old Trafford poderá, ao menos, dar passos adiantes no sonho de reconquistar o espaço perdido entre as grandes potências da Premier League.

Já faz seis anos desde o último título de Campeonato Inglês conquistado pelo Manchester United, que na era moderna do certame [Premier League] ascendeu para colocar-se no topo dentre os maiores campeões: foram 13 taças levantadas em 27 edições – ou seja, 48% das disputas. No total, são 20 títulos que os colocam no lugar mais alto do pódio, o derradeiro deles acontecendo em 2013, na temporada em que o lendário Sir Alex Ferguson despediu-se do comando, e a penúltima dos Red Devils com Vidic e Rio Ferdinand, uma dupla de zaga que escreveu algumas das páginas mais vitoriosas do clube.

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Rio Ferdinand, assim como Maguire hoje, chegou ao United, em 2002, com o status de defensor mais caro de todos os tempos: na época, os Red Devils gastaram 46 milhões de euros para tirá-lo do Leeds. O inglês era a maior compra feita pelo clube de Old Trafford até 2014, quando Ángel Di María, um meio-campista, chegou apenas para decepcionar. Apesar de ser considerado lento, a sua leitura de jogo o ajudava a interpretar quase que perfeitamente os espaços; Ferdinand tinha bom jogo aéreo, era forte nas divididas, marcava gols e sua liderança fazia a diferença para o time. Desde aquele último título de Premier League conquistado pelos vermelhos de Manchester, o clube jamais voltou a contar com defensores que impusessem tanto respeito.

Arquirrival de cidade, o City tomou para si o espaço de grande potência da Inglaterra desde então, poderio que só aumentou desde a chegada do técnico Pep Guardiola, em 2016-17. Logo em sua primeira temporada, o comandante catalão pediu aquele que viria a ser, por um curto período de tempo, o defensor mais caro da história: John Stones chegou do Everton por € 55, 6 milhões e ajudou os Citizens em dois títulos de Premier League, sendo que no último deles (2018-19) talvez possa ser considerado o grande herói, por ter salvo, em cima da linha, o gol contra o Liverpool que poderia ter dado, no final das contas, a taça aos Reds – já que a diferença ao término do certame foi de apenas um ponto.

Quando salvou aquele gol em cima da linha, contudo, Stones já não era mais o defensor mais caro. O papel agora pertencia a Aymeric Laporte, seu companheiro de zaga na campanha vitoriosa, e que havia recém-chegado por cerca de € 65 milhões – sendo um dos jogadores mais utilizados por Pep Guardiola. E se o Liverpool, maior rival do United, saiu derrotado no final do último Campeonato Inglês, triunfou na Champions League tendo como grande destaque o holandês Virgil van Dijk, zagueiro contratado por € 84, 6 milhões, na maior transferência feita por um jogador de defesa até então. Valeu cada centavo.

Harry Maguire

Depois de gastar muito em meio-campistas e atacantes que ainda não lhe ajudaram a ser campeão inglês, o Manchester United agora aposta alto para trazer um zagueiro - aquisição necessária após uma temporada na qual sofreu 54 gols na Premier League, a pior marca dentre os chamados Big 6 (grupo que conta com United, City, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Chelsea). Na comparação com os demais jogadores de defesa, Maguire tem médias superiores a todos os seus concorrentes em Old Trafford e já chega, também, sendo uma contratação que põe inveja até mesmo em Pep Guardiola.

Média por jogoRebatidasDuelos ganhosDuelos aéreos ganhosPasses
Maguire5.36.34.161
Smalling4.55.94.340
Jones4.45.63.354
Lindelof4.14.52.452
Bailly5.25.21.843

“Nós estávamos interessados, mas não tivemos os recursos para contratá-lo. O United teve. Ele é forte pelo alto, bom com a bola, pode sair com a bola e é muito rápido. Possui muitas qualidades, então parabéns para o United”, disse o técnico do City.

Rio Ferdinand, que um dia encontrou-se em situação ligeiramente semelhante, escreveu um longo texto em suas redes sociais, na qual falou sobre as sensações que ele próprio sentiu, antes de elogiar Maguire.

“Existe pressão? Sim... Existe expectativas no mundo inteiro? Definitivamente... Todos os olhos estão sobre mim? 100%... Os seus companheiros de time estarão esperando grandes coisas? É claro... As pessoas esperarão uma mudança gigante na sorte do time? Ainda mais definitivo... Estes foram os sentimentos, questionamentos que me cercavam quando assinei pelo grande clube que é o Manchester United”, escreveu o hoje comentarista.

“Sendo um zagueiro, eu tive interesse no jogo de Harry Maguire desde que ele era especulado no United sob o comando do Moyes [técnico do time entre 2013 e 14]. Ele deu grandes passos na direção certa e evoluiu em todas as áreas de seu futebol. Ele cresceu e virou alguém que pode ser um líder, e o líder de homens... e mostrou nos dois extremos do gramado que pode ser efetivo. Ele tem compostura, vontade na bola e uma habilidade para sair da defesa que é tão boa quanto a de qualquer um hoje”, completou.

Maguire de fato ajuda o United, mas a sua chegada não diz, de maneira isolada, se o clube conseguirá enfim voltar a ser a potência que já foi em anos até recentes. Ole-Gunnar Solskjaer ainda não inspira confiança como técnico e são várias as lacunas que o clube precisaria ajustar dentro de seu elenco. Mas se dizem que defesas boas ganham campeonatos, os Red Devils ao menos dão um passo adiante para melhorarem o setor - criando, ainda que pouca, a esperança de que o retorno aos dias de glória podem voltar.

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