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Lucas CandidoBruno Cantini / Atlético-MG

Livre das lesões, Lucas Cândido vive boa fase fora do Brasil e fala sobre ajuda psicológica no esporte

A trajetória de Lucas Cândido, volante revelado nas categorias de base do Atlético-MG é repleta de desafios e superação. O jogador de 28 anos passou por três lesões gravíssimas no joelho, as três de ligamento, e precisou de muito trabalho físico e mental para seguir jogando futebol.

Os problemas físicos, que o perseguiram principalmente durante sua passagem pelo Atlético-MG, atrapalharam seus planos após um início promissor no clube do coração.

Em entrevista exclusiva à GOAL, Lucas Cândido, que hoje defende o Al Dhafra dos Emirados Árabes, falou sobre o bom momento na carreira, as dificuldades após várias lesões, e a importância de um acompanhamento psicológico para quem enfrenta esse tipo de problema.

"Graças a Deus todos os jogos desde o Vitória eu não sinto nada. Minhas três cirurgias eu fiz no Atlético e desde o Atlético não sinto nada. Lógico que não sou um jogador comum por causa dessas lesões. Eu tenho que ir diariamente para a acadêmia, minhas férias não são dias sem fazer nada, são no máximo uma semana, nove dias. Porque eu preciso pegar as três últimas semanas para fazer reforço, fisioterapia, eu vou ao médico todas as férias. Tenho um planejamento para que eu jogue até quando meu corpo aguentar. Eu não tenho nada muito devido as minhas responsabilidades como atleta. Eu procuro me alimentar bem, descansar, cuidar do meu corpo".

Lucas ressaltou que muitos atletas que sofrem a mesma lesão têm dificuldades de voltar a joga e não conseguem mais atuar da mesma forma.

"Ligamento cruzado é complicado, tem jogadores e amigos meus que tiveram uma só e não voltaram da mesma forma. É difícil voltar a jogar no mesmo nível que você jogava antes, tem a questão psicológica. As pessoas não sabem o que você passou e falam muitas besteiras", disse o volante que completou

"Vou falar da minha parte, as pessoas falavam de vidro, não vai voltar a jogar como antes, questionavam 'ele estáfazendo algo extra-campo'. Isso tudo cai em nós. É muito difícil. Eu tive auxílio da minha mãe, da minha esposa, da minha família. Você vê os companheiros treinando ali e você não pode, tem que respeitar o tempo da lesão, o médico falando que não pode te liberar. Eu dormia e acordava com a voz do Lasmar falando que eu não poderia treinar e isso era horrível. Eu tive trabalho com psicológo e isso é muito importante. Eu indico aos jogadores, porque você machuca uma, duas, três vezes começa a se perguntar 'será que o meu corpo foi feito para isso? para jogar futebol?'. Eu ficava muito preocupado porque querendo ou não a gente só sabe jogar futebol, a gente questiona de fez a escolha certa. Na minha última lesão, foi o momento mais difícil, eu tive início de depressão, fiquei querendo parar de jogar. Mas minha família, Deus, me fortaleceu, o doutor Lasmar também me ajudou muito. Eu recomendo que procurem ajuda psicológica, é importante".

Desde janeiro deste ano, Lucas Cândido vive a primeira experiência fora do Brasil, defendendo as cores do Al Dhafra, dos Emirados Árabes. Por lá, o volante que sempre foi uma espécie de coringa e atuou em várias posições, agora tem se transformado num meia, jogando mais próximo do gol e já até balançou as redes.

"Atualemente estou no Al Dhafra, dos Emirados Árabes. Somos três brasileiros aqui, eu, o Lima e o Guilherme. Está sendo muito bom. O técnico novo me colocou numa posição mais na frente. Quando era o Micale (ex-técnico do Al Dhafra), eu estava jogando atrás, agora jogo quase como atacante. Os jogos aqui são bem disputados, mas assim no meio do segundo tempo começa meio que uma loucura. Todos os times querem ganhar e colocam muitos atacantes. Eu já vi colocarem cinco atacantes. Fazem isso em todos os jogos. A adaptação no primeiro momento foi complicada. No Brasil, eu estava na Ponte e é um futebol mais tático, a gente não larga muito a posição. Aqui, o tempo todo eles largam a posição, no primeiro momento eu me assustei, mas aí você vai acostumando. O professor me colocou como se fosse um 10, eu gosto porque fico muito com a bola e quando a gente está sem a bola eu viro como se fosse um quarto volante. Estou gostando, a chance de fazer gol, de dar assistência é maior".

Confira outros trechos do bate-papo com Lucas Cândido

A REAL POSIÇÃO DE LUCAS CÂNDIDO

"Minha posição é volante. Eu sou um camisa oito. O Cuca, no começo da minha carreira me colocou como lateral, eu subi como lateral, mas sempre fui volante. Depois disso, o Autuori me botou também como lateral. Na Ponte, no Vitória, os treinadores me colocaram mais a frente. Eu sou volante, mas o técnico é quem manda".

LESÕES ATRAPALHARAM HISTÍÓRIA NO ATLÉTICO, CLUBE DO CORAÇÃO

"Se não fossem as lesões eu teria uma história melhor no Atlético. Eu me machuquei, não no meu auge, mas na minha melhor forma como profissional. Muito novo, com confiança, eu peguei uma sequência muito boa no Atlético, tinha tudo para ter voos maiores".

ATLÉTICO-MG 2013 X ATLÉTICO-MG 2021

"Eu sou atleticano, venho acompanhando o Atlético. Esse ano que o Atlético fez vai ficar na memória. Ganhar o Brasileirão depois de tanto tempo é muito emocionante. Os dois times estão na história, empatados porque um ganhou a Libertadores e o outro o Brasileirão. Mas se esse grupo ganhar a Libertadores agora aí sim, passa. Mas eu fico com o de 2013 porque eu estava lá. Mas esse Atlético, com a casa mais organizada, mais investidores, com dinheiro, tem tudo para ser um time para bater de frente em todos os campeonatos".

PROJEÇÕES PARA O FUTURO

"Estou bastante contente aqui, espero conquistar mais pontos, que o Al Dafha fica na primeira divisão. Quero renovar aqui, ficar nessa cidade que é muito boa. Como eu tive as experiências no Brasil, aqui eles pagam em dia e meu planejamento é fica por aqui com certeza, me firmar aqui. É importante fazer bons jogos, conquistar as vitórias. Quero ficar por aqui por mais um , dois anos".

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