O reforço mais caro do FC Porto nos últimos anos agora é a nova dor de cabeça nos bastidores. O japonês Shoya Nakajima, que custou 12 milhões (por 50% dos direitos econômicos) em julho de 2019 chega para a retomada do Campeonato Português 2019/20 já não fazendo mais parte dos planos do clube, pelo menos para o treinador Sergio Conceição.
Alegando problemas particulares envolvendo a esposa, que estaria com a saúde instável, o atacante pediu para treinar de casa no mês passado. De prontidão, a diretoria aceitou - influenciada ainda pela pandemia do novo coronavírus. Nesta semana, Conceição resolveu então pedir o regresso do jogador às atividades com o restante do grupo. Não houve acordo.
Nakajima continuou a trabalhar por "conta própria" (seguindo uma planilha de treinos pré-determinada), o que incomodou profundamente a comissão técnica, que é famosa por ser rigorosa nas questões de punições aos jogadores que não cumprem as regras internas. Até por isso, o camisa 10 portista não foi convocado para o jogo desta quarta-feira contra o Famalicão, fora de casa, no duelo que marca o regresso do futebol no país.
"É sempre mau não ter todo o plantel à disposição. A diretoria vai tratar da melhor forma essa ausência. Não há muito mais a falar", disse Conceição, na última quarta-feira, sem dar muitas pistas sobre o polêmico assunto.
Visto a insatisfação do treinador, os dirigentes dos dragões passaram a ter um problema nas mãos. A princípio, não está em causa uma multa. O mais importante é: não querem desvalorizar o veloz atacante, que é titular da seleção japonesa e tem multa rescisória avaliada em 80 milhões de euros.
Em dificuldades financeiras, já que continua a ter de lidar com as limitações do fair play financeiro imposto pela Fifa, o Porto pode aproveitar a "crise" gerada para vender Najakima. Outros nomes também devem partir no próximo mercado de verão europeu: o lateral-esquerdo brasileiro Alex Telles e o atacante camaronês Vincent Aboubakar.
Aos 25 anos, Shoya Nakajima começou a carreira no Tokyo Verdy, onde ficou até 2017. Antes do Porto, defendeu o Portimonense, também de Portugal, e o Al Duhail, dos Emirados Árabes Unidos. Ele, claro, já está de fora da reestreia dos Dragões na Liga nesta quarta-feira (4), diante do Famalicão, duelo este válido pela 25ª rodada da edição que acabou paralisada em março em função da pandemia do novo coronavírus.