O Palmeiras chegou ao Paraguai como franco favorito para até mesmo encaminhar, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores, a sua esperada classificação para a semifinal. Isso porque o Alviverde, time que teve a melhor campanha na fase de grupos, tinha o Libertad, equipe com a pior campanha dentre os classificados, pela frente. Além disso, o conjunto palmeirense se encontra no seu melhor momento nesta temporada, com um nível de excelência elogiável desde a chegada do técnico Abel Ferreira. Acontece que mata-mata de Libertadores costuma embaçar situações que podem parecer bem claras.
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Sem contar com Abel Ferreira, que está de quarentena por causa de Covid-19, o Palmeiras deixou o estádio Defensores del Chaco ciente de cinco coisas em especial.
Que teve sorte de não ter perdido até mesmo por um placar elástico.
Que o zagueiro Gustavo Gómez segue em grande fase, seja para evitar ou para marcar gols.
Que o empate por 1 a 1, devido a todas as circunstâncias, é um excelente resultado.
Que não pode, em hipótese nenhuma, jogar tão mal assim no duelo de volta.
E que ter tido a melhor campanha na fase de grupos não significa nada quando começa o mata-mata da Libertadores.
Irreconhecível perante a sua imagem mais recente, de futebol organizado e seguro, com uma defesa sólida e confiável, o Palmeiras foi amassado pelo Libertad no primeiro tempo. Os paraguaios não precisaram ter mais posse de bola (33.8%) para ameaçarem. Criaram com muita facilidade e as dez finalizações só não resultaram em gols por sorte ou incompetência dos paraguaios, e também porque Gustavo Gómez, capitão no duelo contra sua ex-equipe, aparecia constantemente para salvar a lavoura alviverde. A bola puniu o Libertad e presenteou o zagueiro, autor do gol palmeirense ao subir, de cabeça, para estufar as redes no primeiro tempo. Gustavo não comemorou em respeito à camisa que um dia vestiu.
O Palmeiras melhorou na segunda etapa: criou, construiu e finalizou mais do que havia feito. Deu trabalho para o goleiro Martín Silva, ex-Vasco, mas não foi o bastante. Do outro lado, o Libertad otimizou suas tentativas e acertou as mesmas duas finalizações a gol que havia acertado antes do intervalo. Em uma delas, a desatenção de um Gabriel Menino que não se impôs para subir em meio à bola alçada à área somou-se à saída equivocada de Weverton na tentativa de socar a bola, que segundos antes já havia encontrado a cabeça de Espinoza antes de entrar no fundo da meta alviverde.
O Palmeiras ainda viu Vitor Castanheira, auxiliar de Abel que acabou tendo que ficar na área técnica, ser expulso por reclamação. Se já estava sem o seu comandante principal, passou boa parte do segundo tempo sem o auxiliar do luso. Lucas Lima também acabou recebendo cartão vermelho nos acréscimos de jogo. Segundos depois, os paraguaios acertaram a trave de Weverton em cobrança de falta. Um lance tenso para o palmeirense em uma noite recheada de tensão. Uma noite de mata-mata de Libertadores.
A pior exibição do Palmeiras desde a chegada de Abel Ferreira terminou, ao menos, com um resultado longe do ruim – especialmente pelas circunstâncias. Um empate sem gols na próxima semana já classifica o Alviverde. Talvez mais valioso tenha sido o choque de realidade sem grande prejuízo no placar.
Vale destacar que nas últimas duas edições de Libertadores, ter tido a melhor campanha na fase de grupos não serviu de nada ao Palmeiras. Nos últimos dez anos da competição continental, apenas duas vezes a melhor equipe da fase de grupos terminou levantando o troféu – os Atléticos, Mineiro em 2013 e o Nacional, da Colômbia, em 2016.
Mata-mata de Libertadores é outra coisa.
