
O Grêmio tinha a vantagem após a vitória por 1 a 0 sobre o River Plate, em Buenos Aires, na ida da semifinal da Libertadores. Era favorito para avançar à segunda decisão seguida, com direito a estádio lotado e a sorte de encontrar um gol em meio a uma de suas piores exibições nesta campanha.
Leonardo abriu o placar aos 36 minutos no único chute a gol dado pelo Grêmio na etapa inicial. No primeiro tempo foram cinco finalizações dos gaúchos contra incríveis 13 dos argentinos, mas nem sempre no futebol os números refletem o que é um jogo. A crueldade é que essa narrativa acabou por castigar o Tricolor após o intervalo.
A equipe de Renato Portaluppi melhorou e levou mais perigo, ao mesmo tempo em que o River diminuiu o ritmo. Quando o segundo tempo entrava em sua metade, Everton teve a chance de ouro para sacramentar a classificação: recebeu em profundidade, cara a cara com o goleiro Armani, mas desperdiçou. Foi o lance crucial para explicar uma eliminação que até aquele momento seria impensável.
A finalização defendida pelo goleiro argentino foi crucial, mas não explica sozinho a eliminação. Intransponível na defesa gremista e líder em rebatidas (17) na partida, o zagueiro Paulo Miranda precisou deixar o campo no minuto 71’. Crueldade do destino, a entrada de Bressan acabou por decretar a eliminação, pois se o River empatou em lance de bola parada aos 82’, com Santos Borré (em lance polêmico, contestado por Renato Gaúcho na entrevista coletiva), o uso do VAR identificou mão na bola do zagueiro dentro da área: segundo cartão amarelo para Bressan, expulso, e pênalti convertido por Gonzalo Martínez, levando os Millonarios para a decisão graças aos gols marcados fora.
Mas ainda que a chance desperdiçada por Everton “Cebolinha” tenha dado um sabor azedo à eliminação, a verdade é que o Grêmio fez na última terça-feira (30) a sua pior exibição nesta Libertadores. A equipe treinada por Renato Gaúcho – que sentiu demais a ausência de Luan, que está em fase final de recuperação – não havia sofrido tantas finalizações (18) até aqui. Mas o pior foi sair de suas características para ter somente 32.8% de posse de bola (a sua pior marca nesta edição) e um desempenho fraco ofensivamente.
A análise feita pelo goleiro Marcelo Grohe, ainda cabisbaixo após a eliminação, é um retrato fiel da noite infeliz para o lado azul de Porto Alegre: "A gente tinha o jogo na mão. Infelizmente sofremos um gol de bola parada, vacilo nosso. Tivemos a bola do jogo para fazer 2 a 0, mas não conseguimos (...) Depois tivemos um pênalti contra. O VAR apontou, não tem o que discutir".


