Gabigol e Bruno Henrique foram algumas das principais contratações feitas pelo Flamengo em 2019, e a antiga dupla do Santos vem respondendo à altura: foram cinco e quatro gols marcados, respectivamente, o que os colocam no topo da artilharia rubro-negra neste início de temporada.
Além da rápida adaptação ao elenco flamenguista, também impressiona o entrosamento entre os camisas 9 e 27. Mesmo levando em consideração a amizade e parceria existente desde o ano passado, no Santos. Embora ninguém tenha dado mais assistências para Gabigol no Brasileirão 2018 do que Bruno Henrique – as mesmas três de Derlis González e Carlos Sánchez – as lesões deste impediram que a dupla fizesse mais na Vila Belmiro.
E são justamente as exibições deles com a camisa rubro-negra que atestam isso. Dentre os cinco tentos anotados por Gabigol, três deles tiveram o último passe de Bruno (contra San José e LDU, pela Libertadores, e contra a Portuguesa, no Carioca); e dentre as quatro bolas que Bruno Henrique mandou para as redes, Gabriel contribuiu com assistência duas vezes.
Com Bruno Henrique na ponta dos cascos, a dupla já entrega mais resultados na Gávea do que na Vila Belmiro. Isso também fica evidente na análise individual de cada um: Bruno, livre das lesões, já fez o dobro de gols anotados em 2018 com a camisa do Peixe e Gabriel tem média de gols levemente superior ao ano de 2018 (0,55 com o Fla, 0,51 pelo Santos).
| Fla 2019 | Gols | Assistências de |
|---|---|---|
| Gabigol | 5 | Bruno Henrique: 3 |
| Bruno Henrique | 4 | Gabigol: 2 |
Além disso, Gabigol ainda pode alcançar uma marca inédita em sua carreira nesta terça-feira (19), contra o Madureira, pelo Campeonato Carioca. Nos últimos quatro jogos, o atacante fez cinco gols. Em sua carreira, jamais estufou as redes em cinco partidas de forma consecutiva.
Além dos números
Getty ImagesEntrosamento dentro e fora de campo (Foto: Getty Images)
O entrosamento entre Gabigol e Bruno Henrique encontra a sua explicação em dois fatores: o bom entendimento entre ambos sob o ponto de vista tático e a grande amizade existente entre ambos.
Bruno vem atuando aberto pelos lados de ataque, especialmente no flanco esquerdo, como fez durante boa parte de sua carreira. E como Gabigol consegue, além de fazer o papel de centroavante, sair da área e participar da construção de jogadas, o entendimento e noção do espaço encaixa perfeitamente em um esquema 4-2-3-1/4-1-4-1 como o utilizado por Abel Braga.
Além disso, a amizade também dá o tempero especial: "Considero o Gabigol um irmão para mim. Ele sempre me acolheu bem, a família dele sempre me acolheu bem. Tenho um carinho muito grande por ele fora de campo e ainda poder trabalhar com ele mais um vez aqui no Flamengo e desempenhar um bom futebol ao lado dele", disse Bruno em entrevista ao SporTV.
"O Bruno Henrique é um cara que eu amo muito. Me ajudou bastante quando eu cheguei no Santos e eu ajudei ele. Poucas pessoas sabem o que ele sofreu com as lesões que ele teve, com o momento difícil. Ver hoje ele feliz com os gols, é como se eu tivesse feito", disse Gabigol após a estreia do amigo pelo Rubro-Negro.
O Flamengo não foi o primeiro clube a contratar jogadores que já se conheciam antes. Na longínqua década de 1940, o Vasco contratou a trinca Lelé, Isaías e Jair Rosa Pinto junto ao Madureira e não se arrependeu; cerca de 40 anos depois, o Fluminense tirou do Athletico a dupla Washington e Assis e Edmundo e Evair tiveram sucesso tanto no Palmeiras quanto no Vasco. Gabigol e Bruno Henrique precisarão de títulos no Fla para comprovar seus predicados, mas as primeiras impressões são pra lá de animadoras.
