A história de Ícaro mostra, na mitologia grega, dentre muitas coisas, que quanto maior a altura maior é a queda. E o Fluminense começou 2022 voando alto.
Enquanto um time misto colecionava bons resultados no Campeonato Carioca, o Tricolor com força máxima seguia em frente e com favoritismo de passar pela fase pré e chegar aos grupos da Libertadores. Até aí, a equipe de Abel Braga engrenou a maior sequência de vitórias na elite do futebol mundial neste início de ano e igualou sua maior sequência de triunfos na história (12 vitórias)... mas acabou indo da promessa de céu à sensação de inferno. Tal qual um Ícaro, caiu de muito alto.
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Depois de conseguir uma vantagem de 3 a 1 sobre o Olímpia, no jogo de ida da terceira fase classificatória da Libertadores, o Fluminense perdeu para os paraguaios por 2 a 0 no Defensores Del Chaco. Uma derrota por um gol de diferença seria o bastante para levar os tricolores adiante, mas os adversários arrancaram um segundo gol nos últimos lances da partida. Nos pênaltis, os ex-palmeirenses Willian Bigode e Felipe Melo desperdiçaram suas batidas e agora, contra todos os prognósticos, o Tricolor volta ao Brasil com uma eliminação traumática na bagagem e a necessidade de dar uma resposta em campo.
O Fluminense, vale destacar, foi vítima de um erro da arbitragem no Paraguai. Os cariocas chegaram a abrir o placar logo no início, mas o árbitro chileno Roberto Tobar Vargas invalidou o lance ao ver toque de mão do zagueiro David Braz – sendo que a bola bateu no peito do defensor antes dele arrematar a gol. Mas se o árbitro errou, o Fluminense também foi vilão de si próprio ao fazer o seu pior jogo no ano – um time nervoso, que não conseguia criar, se desmantelou na hora de segurar sua vantagem.
“Se a gente faz o gol no começo do jogo, o time adversário poderia sentir e seria outro jogo. O árbitro foi muito infeliz de anular um gol legítimo, onde não pegou no braço, pegou no meu peito. Todo mundo viu”, reclamou Braz, antes de reconhecer também a péssima exibição tricolor.
“Depois disso a gente cometeu erros que foram fundamentais para essa desclassificação mas acima de tudo o erro do árbitro prejudicou bastante a nossa equipe. A gente poderia aumentar a nossa vantagem e conseguir passar de fase. Uma vergonha!”.
Depois de ser vítima e vilão, mas no final das contas tendo merecido a derrota, o Fluminense sabe que será preciso dar uma resposta rápida em termos de resultados. Eliminações como esta para o Olímpia machucam o torcedor, muito mais pelo roteiro do que pelo resultado final em si.
Antes do início do Brasileirão e de começar a pensar na Copa Sul-Americana (que veio como prêmio de consolação agora que não tem mais Libertadores) ou Copa do Brasil, o Tricolor tem pela frente o Campeonato Carioca. Enfrenta o Botafogo na semifinal, depois Flamengo ou Vasco se avançar das semis. O estadual pode não ser muita coisa, mas pode ser muito para um clube que, como o Fluminense, está há dez anos sem levantar um título.


