Enquanto treina entre os titulares da seleção brasileira, com a expectativa de seguir como escolha principal de Tite para a estreia nas Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022, Roberto Firmino também vê seu nome aparecer com destaque nas casas de apostas para receber o Prêmio Nobel da Paz. A bizarrice é verdadeira, embora seja óbvio que o atacante brasileiro não será o escolhido para uma premiação de tamanha importância humanitária. Mas a origem de toda esta situação pouco usual está no status que o brasileiro atingiu com a camisa do Liverpool especialmente após a chegada do alemão Jurgen Klopp.
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O “Roberto Firmino candidato ao Prêmio Nobel da Paz” começou como uma das tantas brincadeiras que surgiram na internet e acabaram virando meme. O sorriso chamativo e absolutamente branco do atacante, de personalidade tímida apenas fora das quatro linhas, inspirou os torcedores do Liverpool a buscarem cada vez mais motivos para justificar por que o brasileiro teria que receber o prêmio. Sorriso marcante à parte, evidente que os feitos dentro de campo do alagoano de 29 anos foram o fio condutor desta campanha. E isso fica bastante evidente quando analisamos a sua importância dentro do trabalho feito por Jurgen Klopp nos Reds.
Firmino foi contratado pelo Liverpool na temporada 2015-16 e fez sua estreia sob o comando do norte-irlandês Brendan Rodgers, que em meio ao desgaste causado por decepções anteriores seria demitido logo no início daquela campanha. Em um 8 de outubro de 2015, Jurgen Klopp foi anunciado como novo treinador dos Reds. Cinco anos depois, o seu legado já está na história: tirou a equipe de Anfield Road de um jejum de 30 anos sem o título inglês e ainda conquistou uma Champions League e Mundial de Clubes no meio do caminho. Firmino foi peça fundamental em todas estas conquistas.
Nestes primeiros cinco anos da “era Jurgen Klopp” no Liverpool, o brasileiro foi o jogador mais escalado pelo alemão (242 jogos e 18435 minutos) e o que mais contribuiu com passes para gol (54 assistências), o que mostra muito bem que, apesar de vestir a camisa 9 e atuar centralizado, Firmino é mais construtor do que finalizador na engrenagem montada pelo técnico alemão – ainda que os 78 gols marcados sob o comando de Klopp só o coloque abaixo de Sadio Mané (84) e Mohamed Salah (99) neste período.
(C)Getty Images(Foto: Getty Images)
Considerando todas as competições disputadas, o Liverpool de Klopp venceu 60% de 272 partidas até aqui. Segundo dados fornecidos pela Opta Sports, estes números fazem de Jurgen Klopp o treinador com melhor aproveitamento de vitórias em toda a história dos Reds – levando em conta técnicos com no mínimo 50 jogos. Em um clube com nomes icônicos como Bill Shankly e Bob Paisley, é um feito notável e espetacular.
Em um time que, ao contrário do Barcelona de Messi ou ao já inexistente Real Madrid de Cristiano Ronaldo, não conta com uma grande estrela, e sim um elenco recheado de excelentes nomes, Firmino não chama para si todos os holofotes. Na verdade, ninguém dentro do vestiário de Anfield faz isso. A sua importância, entretanto, está acima de qualquer dúvida. O brasileiro que não vai ganhar o Nobel da Paz ganhou os maiores títulos que poderia ter com seu clube, ajudando também a explicar como o Liverpool voltou a ser tão dominante e a fazer de Jurgen Klopp o treinador com melhor aproveitamento na história do clube.
O sorriso de Firmino é, quase literalmente, o sorriso de Klopp, uma vez que a brilhante arcada dentária do brasileiro foi o que motivou o alemão a fazer o mesmo com seus dentes. O que não há dúvidas é que os sorrisos de Firmino e Klopp são os milhões de sorrisos dos milhões de torcedores do Liverpool, felizes em rever o clube vivendo anos e glórias.


