"É um período de adaptação, eles estão tentando conhecer a filosofia de trabalho. Demora um certo tempo para o entrosamento, o que é normal. Nos primeiros minutos pode ser normal o desentrosamento".
Casemiro bem que avisou no meio da semana. O novo meio-campo formado por ele, Arthur e Lucas Paquetá encontrou, de fato, bastante dificuldade para furar a compacta - e também agressiva - linha de cinco da defesa do Panamá.
Paquetá, aberto pela esquerda e principalmente com a missão de "pisar na área" (palavras usadas pelo próprio para explicar as orientações de TIte), teve pouco espaço para encostar e criar jogadas com Philippe Coutinho. Sempre que pôde, no entanto, aproveitou as movimentações de Richarlison e Roberto Firmino para se infiltrar no ataque.
Inteligente, Casemiro notou a estratégia do ex-flamenquista. Com um belo lançamento, o volante e capitão encontrou o camisa 10, que acertou um chute cruzado de primeira e abriu o placar para o Brasil aos 31 minutos.
O gol, curiosamente, acabou por não incendiar a partida. Longe disso. Coube ao apagado Coutinho tentar chamar a responsabilidade. Passou a atuar mais centralizado, mas não obteve muito sucesso na missão.
Retraído no primeiro tempo, Arthur voltou do intervalo mais solto. Fez o papel que até então era de Paquetá, que, antes de ser substituído por Everton aos 14 minutos, ainda teve uma oportunidade clara para balançar a rede outra vez.
O atacante gremista deu profundidade pelo lado esquerdo, o que ajudou a trazer Richarlison mais para dentro da área. Porém, prevaleceu novamente o ônibus que os panamenhos estacionaram do meio-campo para trás. Prevaleceu, acima de tudo, a falta de criatividade brasileira, sobretudo do camisa 11 que não consegue ser o protagonista na ausência de Neymar.
Felipe Anderson, no lugar de Arthur, foi a tentativa derradeira de Tite para superar o adversário que figura na 76.ª colocação do ranking da Fifa. Muita movimentação, pouca efetividade.
Com direito a um susto no fim da partida, o Brasil não passou de um decepcionante empate em 1 a 1. Restam, agora, apenas 90 minutos (contra a República Tcheca, na terça-feira, em Praga) para o novo meio-campo convencer até a Copa América.
