O ex-presidente do Atlético Mineiro e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil não escapou de polêmicas e fez declarações que estimulam os altos preços cobrados pelos clubes para que se tenha acesso aos estádios. Ele compara a situação do resto do mundo e diz que o que se faz aqui é cópia de um modelo que deu certo.
"No mundo é assim, é só copiar. Pobre assiste pela televisão e rico vai para o estádio. Isso é discriminação? Não. Isso não é discriminação. Eu fui assistir futebol americano, em um estádio que não era coberto, se tivesse chovendo eu tava molhado, num frio de um grau... Paguei 500 dólares. Não tinha lugar para uma mosca no estádio", falou o político de 59 anos em entrevistra ao UOL.
Ele citou exemplos da NBA e das ligas europeias, com destaque para a Bundesliga, para tentar justificar que os preços são sempre altos. Em determinado ponto ele diz: "Eu tô copiando o mundo". Mesmo assim, de maneira paradoxal, na sequência ele afirmou não ser favorável aos preços altos: "Eu não sou a favor não. Isso não é opinião minha não. Isso é você copiar o modelo que deu certo no mundo".
Quando perguntado se tal pensamento não feria a cultura do futebol brasileiro de popularização de preços para que torcedores de camadas menos favorecidas da sociedade também pudessem participar, ele passou a responsabilidade para o Governo federal.
(Foto: Bruno Cantini/Atlético MG)
"Então o Governo pega e fala assim ó: 'Nós temos um problema cultural no Brasil, então temos que subsidiar o ingresso. Nós vamos sustentar e isentar os clubes de imposto, isentar os presidentes de responsabilidade e nós vamos fazer'. Quem cuida da área social da Prefeitura é o prefeito. Quem acha que o futebol é um bem cultural que vá ao Governo com uma proposta de que o Governo transforme o futebol, subsidiando os clubes, num bem cultural. Eu não tenho nada contra não, só acho que nós temos que cuidar do reajuste do SUS, nós temos que cuidar da educação para universalizar, nós temos que olhar para a estrutura do país e não vai dar para subsidiar futebol", explicou Kalil.
Ele ainda afirmou que não dará tratamento especial ao seu antigo local de trabalho, o Atlético para a construção de um novo estádio. Disse que não manchará sua biografia para ajeitar supostos projetos irregulares.
"Eu faço estádio do Atlético, do Cruzeiro, do América-MG, de quem quiser... Estando tudo certinho, tudo no documento. O certo é que eu não vou sujar a minha biografia fazendo coisa errada para estádio de Atlético. Isso é certo. Mas se tiver tudo certinho, o estádio deve sair", disse Alexandre.
