Emoção e gols à parte, o Fla-Flu da última quarta-feira (27) ficou marcado pelas polêmicas na arbitragem conduzida por Marcelo de Lima Henrique – menos nas escolhas, tomadas com espaçamento gigante no VAR, e mais na administração da semifinal da Taça Rio – e o excesso de pressão por jogadores e técnicos. Com a temperatura alta desde praticamente o primeiro lance, não surpreenderam o número final de faltas (35).
Foram 11 cartões amarelos e dois vermelhos. Foi um reflexo tanto da pouca habilidade da arbitragem para conduzir o espetáculo e repreender os jogadores, quanto da atitude dos próprios atletas e técnicos. Nesta última parte, aliás, um nome surge com grande força apesar de ter disputado apenas o primeiro tempo. Após entrada dura no lateral Gilberto, Bruno Henrique recebeu o cartão vermelho direto e adicionou a única página negativa neste seu início com a camisa rubro-negra.
Pois se marcou seis gols neste seu início de caminhada na Gávea (quatro deles em clássicos, divididos igualmente entre Fluminense e Botafogo), quatro a mais em relação ao que fez em 2018 pelo Santos – lembrando que Bruno perdeu muitos jogos devido à lesão, ainda que mesmo assim tenha disputado 28 jogos no Brasileirão – o camisa 27 já igualou, em apenas 11 partidas disputadas em 2019, o número de expulsões de sua melhor temporada no futebol profissional.
Em 2017, quando balançou 18 vezes as redes em um total de 53 partidas pelo Santos, Bruno Henrique viu o cartão vermelho em duas ocasiões. Na atual temporada, além da expulsão no Fla-Flu da última quarta-feira (28), o atacante desceu mais cedo para o vestiário no empate por 1 a 1 contra o Vasco, por reclamação excessiva ao árbitro. Na súmula daquela partida, o Wagner Magalhães do Nascimento relatou na súmula que o atleta lhe disse o seguinte: “você é fraco e não apita nada”.
Bruno Henrique será julgado pelo TJD nesta sexta-feira pelo cartão vermelho recebido contra o Vasco. O gancho pode ser maior do que o previsto justamente pela expulsão diante do Fluminense. Pelo acontecido contra o Cruz-Maltino, o atacante foi enquadrado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (conduta contrária à ética desportiva), e pode pegar até seis jogos de gancho e agora ainda há a possibilidade de ver uma eventual pena ser aumentada.
Ainda que o estadual não seja o objetivo maior do Rubro-Negro em 2019, Bruno Henrique precisa repensar um pouco de sua disciplina em campo: com a bola nos pés, desequilibra, mas em algumas atitudes pode acabar atrapalhando o trabalho de Abel Braga.