Ao desembarcar no Flamengo, Domènec Torrent foi sucinto ao afirmar que no início mudaria pouco a equipe em relação ao trabalho de Jorge Jesus. O que se viu, no entanto, foi algo diferente disso. Já na primeira semana, o catalão começou a moldar o time ao seu estilo, mas a grande mudança mesmo veio com a maior rotatividade de atletas nos jogos.
Nos primeiros dias no Ninho do Urubu, Dome encontrou um Flamengo um pouco diferente do que esperava, principalmente na parte física. Além disso, quase nada de legado de Jorge Jesus. Quem mais atualizava o treinador sobre o que acontecia anteriormente era Wagner Miranda, preparador de goleiros.
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Nas primeiras coletivas, Domènec deixava claro isso e ressaltou mais de uma vez que estava em uma pré-temporada com bola rolando de três em três dias. Depois de um ínício conturbado, com duas derrotas, o time vem evoluíndo e o treinador não abre mão daquilo que entende ser o melhor: o rodízio de jogadores.
Dome tem convicção que rodar o elenco no meio da maratona de jogos do Flamengo, que se tornou mais intensa do que o normal por conta da pandemia, é a melhor opção para manter o time competitivo e buscar as vitórias. Para o treinador, nenhum nome é maior do que a equipe e é importante evitar o comodismo.
"Nem Gabigol, nem Rodrigo Caio, nem Filipe vão jogar todos os jogos. É impossível, baixa o rendimento. Estamos felizes por Pedro, nos ajudou muito. Gabi é um jogador muito importante, mas para nós é importante o elenco. Se todos ajudarmos o time, vamos todos melhorar. Se nós jogarmos por nós mesmos, não vamos melhorar, nem o time e tampouco pessoalmente", disse o treinador em entrevista coletiva após a vitória sobre o Fortaleza, no último sábado (5).
É esse sentimento de unidade o grande desafio de Domènec no Flamengo, que se deparou com um time acostumado a separar "titulares e reservas". Foi assim que Pedro Rocha e Thiago Maia, mesmo treinando muito bem, jogaram pouco desde que chegaram ao clube. Não há mais essa distinção e jogará quem estiver em melhores condições físicas e de acordo com a estratégia que o treinador quiser montar.
A metodologia não agrada a todos, principalmente quem vê sua concorrência crescer a cada dia, mas vale ressaltar, há respeito pelas decisões do treinador. Por outro lado, jogadores como Thiago Maia, Pedro Rocha, Gustavo Henrique e o próprio Pedro ganharam mais confiança e estão aproveitando as oportunidades dadas por Domènec.
O "não pode ficar no banco" não existe no dicionário de Domènec, que tem o respaldo de líderes como Diego Ribas e Filipe Luís, mais acostumados com esse tipo de metodologia.
Nesta terça-feira (8), o Flamengo encerra a preparação para encarar o Fluminense, nesta quarta (9), no Maracanã, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Com 14 pontos, o Rubro-Negro ocupa a quinta posição na tabela, há três pontos do líder Internacional.