
Se Diego Simeone já estava na história do Atlético de Madrid pelo ídolo que foi dentro de campo, a sua passagem como treinador da equipe colchonera já superou em muito aquelas cerca de cinco temporadas marcadas pelo Doblete (La Liga + Copa do Rei) de 1995-96. Uma caminhada que teve o seu início há exatamente sete anos, em um empate sem gols contra o Malaga pela 18ª rodada da Liga Espanhola 2011-12.
Desde a sua chegada, o argentino já viu o Atleti levantar sete troféus - um para cada ano, praticamente. Mudou não apenas a mentalidade do clube, que apesar de grande sempre foi mais conhecido pelo sofrimento e algumas decepções históricas. Sob o comando do ‘Cholo’, como é carinhosamente apelidado, os Colchoneros se acostumaram a ser campeões.
A Supercopa da Europa conquistada sobre o arquirrival Real Madrid, em agosto de 2018, colocou Simeone em um patamar mais alto até mesmo ao de Luis Aragonés, como treinador mais vezes campeão com as cores rojiblancas. Uma marca que passa por vários fatores, como identificação, trabalho duro, bom entendimento do jogo e de seus jogadores.




Identificação óbvia como ídolo que foi nos campos, em uma rara história de amor pelo clube defendido. O trabalho duro e bom entendimento do que acontece nas quatro linhas fica evidente quando se vê o Atleti jogar: reconhecendo suas limitações, mas com uma ideia muito bem sedimentada em cada um dos 11 atletas, que por sua vez se entregam ao máximo.
Getty ImagesGriezmann acredita que seguirá conquistando títulos (Foto: Getty Images)
O ápice desta mudança de patamar que o trabalho de Simeone ajudou a fazer com o Atlético de Madrid aconteceu durante a Copa do Mundo, quando Antoine Griezmann recusou a grande investida do Barcelona para permanecer onde está. Por vontade própria, e pelos ganhos econômicos que vieram acompanhados dos títulos da última década. Mas, acima de tudo, por acreditar que poderá seguir conquistando títulos importantes.
Considerando os clubes mais importantes da Europa, nenhum treinador atual é tão longevo quanto o argentino no Atleti. Por isso mesmo, a comparação feita com Alex Ferguson – que passou quase 27 anos no comando do Manchester United – aparece vez ou outra. O escocês ajudou a revolucionar um clube que ainda não conseguiu se recuperar após a sua saída, em 2013. Também é interessante comparar Simeone com Brian Clough, gênio inglês que fez história no Derby County e Nottingham Forest ao lado de Peter Taylor, seu assistente e fiel escudeiro. O Cholo tem a Germán Burgos na mesma função.
Getty ImagesFerguson transformou um clube grande e um gigante temido (Foto: Getty Images)
Getty ImagesPeter Taylor e Brian Clough levaram times pequenos a conquistas enormes (Foto: Getty Images)
Simeone já revolucionou o Atleti, lhe tirando o rótulo de coadjuvante para colocar o clube entre os protagonistas. Um time que chega como candidato a todos os títulos que irá disputar em 2018-19. El Cholo não é Clough ou Ferguson, mas trilha o seu próprio caminho e também já garantiu o seu lugar de destaque na história. No lado alvirrubro de Madri, é incomparável.
