Não tem como esconder ou deixar de lado. A Seleção Brasileira viverá um misto de sentimentos quando cruzar a Alemanha, nesta terça -feira (27), em Berlim, às 15h45 (de Brasília). A alegria do penta e a vergonha do 7 a 1 caminharão juntos quando ambas as equipes estiverem frente a frente.
Pensando nisso, a Goal preparou um especial conectando 2002 e 2014, a linha que se estende de um ponto a outro! Confira
BRASIL: DE 2002 A 2014
Quando a Seleção Brasileira rumou para a Ásia, em 2002, poucos acreditavam que o time treinado por Luiz Felipe Scolari terminaria campeão do mundo. Olhando em retrospectiva parece até mesmo algo absurdo, tamanha a presença de craques como Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Cafu e outros. Mas o momento não era bom para o selecionado.
Entretanto, jogo após jogo a Seleção foi convencendo os torcedores de que o grupo estava fechado e focado a triunfar. Quando, há exatos 15 anos, Ronaldo Fenômeno estufou por duas vezes as redes alemãs defendidas pelo goleiro Oliver Khan, a felicidade era completa no Brasil. O quinto título mundial, o Penta, chegava e marcou uma era de grandes craques do nosso futebol.
O brasileiro se encheu de confiança. Em um tempo ainda sem Messi ou Cristiano Ronaldo, eram os craques tupiniquins quem comandavam o futebol mundial: Ronaldo deixara a Internazionale para abrilhantar ainda mais o elenco galáctico do Real Madrid, que já contava com um impressionante Roberto Carlos; Cafu fazia história na Roma e logo depois alçaria voos maiores no Milan.
Getty ImagesTítulo inesquecíveis, com craques inesquecíveis (Foto: Getty Images)
Após o título, brasileiros dominaram o futebol europeu (Fotos: Getty Images)
Ainda menino, Kaká somou apenas 18 minutos em campo. Entretanto, conquistaria em 2007 o prêmio de melhor jogador do mundo após desequilibrar pelo Milan. Foi a última vez que um jogador brasileiro chegou tão alto na premiação individual que, embora corretamente seja visto como menor para alguns, às vezes pode dizer algumas verdades: no caso brasileiro, talvez tenha simbolizado a falta de um trabalho mais elaborado para seguir vencendo sempre. Naquele 2002 do título mundial, Ronaldo Fenômeno recebeu a máxima premiação individual de um jogador e Ronaldinho Gaúcho teve a mesma honraria em 2004 e 2006.
FESTA NA SELEÇÃO, RESSURGIMENTO ALEMÃO
Mano colhia o frutos de um bom trabalho quando foi demitido em 2012. Projeto? (Foto: Getty Images)
Logo após a conquista de 2002, a CBF ganhou uma força ainda maior do que já tinha. A Seleção disputava vários amistosos e fazia chover dinheiro para a principal entidade do futebol nacional. Os mesmos dirigentes que, hoje, respondem à duras acusações de corrupção, naquela época já comandavam um trabalho que não se mostrou nada bom para manter a Seleção sempre nas cabeças.
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Embora tenham chegado títulos de Copa América e das Confederações, as campanhas nos Mundiais sempre ficaram aquém do esperado: em 2006, um time colocado com absoluto favoritismo se rendeu às badalações e jamais encantou; em 2010, um grupo limitado tecnicamente colocou tanto nervo na ponta das chuteiras que o destempero culminou em outra eliminação. Mas o pior ainda estava por vir: 2014.
Pedro Ugarte/AFP/Getty ImagesAlemanha pavimentou o título de 2014 após 2002... relaxamento do Brasil ajudou no 7 a 1 (Foto: Getty Images)
Na mesma Copa que seria um grande poço de corrupção – dentre tantas coisas, 'matando' o Maracanã – o Brasil conseguiu uma conquista que nenhum país quer para si: a maior vergonha esportiva de sua história, os 7 a 1 impostos pela Alemanha na semifinal do torneio realizado em terras brasileiras.

