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Sergio Ramos Lopetegui Espanha 13 06 2018Getty Images

De embaixada extraoficial da Espanha, Real Madrid passou a ser pedra no sapato da seleção

Nenhum outro clube europeu soma tantas conquistas de Champions League (13) ou teve tantos craques juntos ao longo da história quanto o Real Madrid. Este é um dos motivos que fazem do time merengue o maior símbolo do futebol espanhol.

Até porque se o Madrid começou a enfileirar títulos a partir da década de 50, a seleção espanhola não seguia um caminho tão vitorioso. Até a ‘Furia’ conquistar o seu primeiro troféu, a Eurocopa de 1964, os merengues já haviam levantado cinco vezes a Copa dos Campeões da Europa. Durante o jejum que terminou em 2008, com outro título espanhol na Euro, o Real acumulara nove taças internacionais.

GFX Real Madrid

Por isso, o Real Madrid era uma espécie de embaixada extraoficial da Espanha. Até mais do que a própria seleção, por causa deste já citado jejum de títulos. No entanto, não deixa de ser curioso que o renascimento da Espanha nos torneios entre países não contou com o protagonismo madridista nos principais momentos.

Fernando Torres Luis Aragonés 2008 13 06 2018Getty ImagesFernando Torres EM 2008 FinalgettySímbolos colchoneros em destaque no título de 2008 (Fotos: Getty Images)

Evidente que o Madrid teve grande participação nestes troféus, através de seus jogadores. Mas em 2008, o técnico da seleção era Luis Aragonés, ídolo maior do Atleti, que também se viu representado no gol histórico de Fernando Torres, cria colchonera, no 1 a 0 contra a Alemanha na decisão da Euro 2008.

As conquistas da Copa do Mundo em 2010 e Euro 2012 tiveram um grande personagem madridista no banco: Vicente Del Bosque. Mas o ex-jogador e treinador merengue ‘abraçou’ o modelo de jogo do Barcelona.

Iniesta Spanish Squad 10072010Getty ImagesBase barcelonista no título mundial de 2010 (Foto: Getty Images)

O elenco campeão mundial na África do Sul contava com sete atletas do Barça. Seis deles foram titulares na final contra a Holanda, e foi de Iniesta o gol do título. Em 2012, história bem parecida na conquista da Euro: cinco titulares na decisão contra a Itália. Embora o Barcelona tenha em seu DNA a luta pela independência, foi quem mais cedeu jogadores em Copas do Mundo para a Espanha... e o clube mais importantes para as conquistas da seleção.

Mas a imagem do Real Madrid com a própria seleção ganhou um novo capítulo, nada positivo. A negociação com o técnico Julen Lopetegui, feita debaixo dos panos e que irritou tanto a Federação Espanhola a ponto de demitir o comandante dias antes da estreia na Copa do Mundo, coloca em risco a campanha hispânica na Rússia. Sergio Ramos, capitão e ídolo madridista, estava ciente das negociações antes da própria federação.

Lopetegui 13 06 2018Getty ImagesAo contratar Lopetegui, Madrid iniciou a maior crise da seleção espanhola (Foto: Getty Images)

Vivendo o melhor momento de sua história desde o esquadrão de Di Stéfano, o Real Madrid acabou dando um recado ao mundo: se acha maior do que a seleção de seu país. E se a campanha na Copa de 2018 não terminar bem, o clube mais amado pelos torcedores espanhóis será apontado, com certa justiça, como o grande culpado por toda crise gerada.

Porque se antes os merengues eram a embaixada extraoficial da Espanha, isso acabou a partir do momento em que o país mudou o seu patamar no futebol de seleções.

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